Indispensável para qualquer atividade relacionada à agricultura, a fertilidade do solo é um tema que merece atenção e cuidados constantes por parte do agricultor.
Solos tropicais, apresentam limitações ao crescimento das plantas ocasionados principalmente pela acidez presente no solo e aescassez de alguns nutrientes. Para isso precisamos utilizar práticas que condicionem melhor o solo e fazer com que estas áreas se tornem ambientes produtivos estimulando crescimento e aprofundamento das raízes no perfil do solo.
Pensando nisso, se faz necessária o uso dos fertilizantes para auxilar, complementar e melhorar as condições da lavoura.
Segundo a legislação brasileira, fertilizantes são definidos como “substâncias minerais ou orgânicas, naturais ou sintéticas, fornecedoras de um ou mais nutrientes para o desenvolvimento das plantas”.
Nas lavouras brasileiras os fertilizantes também vêm ganhando importância na busca pela máxima produtividade, independente da cultura. Entretanto, muitos produtores rurais fazem uso dos fertilizantes de forma incorreta, resultando em muitos problemas à atividade agrícola, tanto na questão produtiva, quanto econômica.
Por isso, veja quais são os 5 erros mais terríveis no uso de fertilizantes e como evita-los.
1. Fertilizante é tudo igual, “basta aplicar qualquer um”
Um erro bastante comum, é achar que os fertilizantes são todos iguais e qualquer opção resolverá a deficiência da cultura. O que não é verdade.
A função dos fertilizantes é suprir essas deficiências, oferecendo de forma complementar, os macro e micronutrientes para que a cultura expresse o seu potencial produtivo. Porém, vale lembrar que a composição dos fertilizantes disponíveis no mercado variam conforme a necessidade da planta, saber quais opções se adequam à necessidade é fundamental.
Deve ficar claro que fertilizantes não são todos iguais e a dosagem de cada um deles será específico para cada área pois será baseado na amostragem do solo e folha e nas recomendações de adubação feitas por técnicos especialistas.
2. Aplicar doses erradas de fertilizantes
Este erro é provavelmente um dos mais recorrentes e costuma ocorrer em duas vertentes, ou seja, pode ocorrer tanto no excesso quanto na falta, que certamente causarão problemas no desenvolvimento da cultura.
Inclusive, já discutimos este assunto quando falamos das principais verdades e mitos no uso de fertilizantes, que você pode ver aqui.
Quantidades exageradas dos fertilizantes geralmente são aplicadas pelo produtor na busca de ganhos contínuos em produtividade. Porém, é preciso ressaltar que, na planta, existem 3 tipos de interações entre os nutrientes, sendo duas negativas (antagonismo e inibição) e somente uma positiva (sinergia).
O antagonismo ocorre pela presença de um nutriente que diminui a absorção de outro indepentende da sua concentração no meio, trazendo prejuízo à planta. Já a inibição ocorre quando a presença de um nutriente em excesso diminui (inibe) a absorção de outro.
Como curiosidade, a sinergia representa a presença de um elemento químico que favorece a absorção de um outro elemento, proporcionando efeito benéfico para a planta.
Por isso, por muitas vezes o produtor aplica mais fertilizante que o necessário em busca de maior produção, mas o excesso de alguns nutrientes pode diminuir a absorção de outro nutriente, que inclusive já pode estar presente no solo.
Por outro lado, por economia, a aplicação de doses reduzidas de fertilizantes pode não suprir as necessidades da planta, nem trazer o ganho em produtividade esperado para a cultura. Portanto também é um erro terrível.
3. Aplicar fertilizantes sem se preocupar com a fase da cultura
Esse é um terrível erro que pode acarretar sérias consequências no momento da colheita, principalmente devido à baixa produção.
Em muitos sistemas de produção são aplicadas as mesmas fórmulas de fertilizantes nos diferentes estádios da cultura, portanto sem nenhuma preocupação com as necessidades específicas das fases de semeadura, crescimento, floração, etc, da planta.
Por isso, é importante sabermos que cada fase de desenvolvimento da planta precisa de um conjunto de nutrientes em específico. Por exemplo: Para a fase de crescimento há uma maior demanda por Nitrogênio, já para a fase de floração há maior necessidade de Fósforo e assim por diante. Ponderar isso é fundamental.
Outro erro comum é considerar todos os sistemas de produção como um só.
São vários os sistemas de produção disponíveis para o agricultor e saber identificar as diferenças entre eles é fundamental, já que esta definição tem implicação direta na estratégia de adubação. Veja o exemplo da cultura do milho:
Para o milho há variações regionais das recomendações de adubação devido às condições edafoclimáticas distintas nas diversas regiões de plantio de milho do País. Esses contrastes aumentam ainda mais nos requerimentos nutricionais para o cultivo da safra ou safrinha, bastante comuns no país.
Assim, maiores quantidades de fertilizantes devem ser empregadas nas lavouras “tradicionais” e menores nas quantidades de safrinha. O motivo disso é decorrente da produtividade esperada que é significativamente menor no segundo caso.
4. Adubar a lavoura como ela sendo uniforme e sem variação
Este erro não é tão terrível a ponto de causar perdas na lavoura, entretanto, podemos considera-lo como um “erro moderno”.
Não entendeu? Vamos explicar.
Por muito tempo, as lavouras, independente de seus tamanhos, eram consideradas uniformes, ou seja, as plantações eram divididas em grandes talhões que tecnicamente detinha plantas que apresentavam o mesmo desempenho, declividade e tipo de solo, onde as variações não eram medidas nem consideradas.
Os agrônomos sempre souberam que há variações (quanto ao desempenho dos cultivares, tipo de solo, etc.), mas não tinham tecnologia suficiente para “medi-las” e, por isso a quantidade de fertilizantes utilizada variava somente de talhão para talhão, sem considerar diferenças dentro do próprio talhão.
Essa agricultura dita convencional ocorre até hoje, visto que muitos produtores ainda aplicam fertilizantes sem ter informações sobre o desempenho dentro dos talhões e cultivares.
Porém, nos dias atuais tal ocorrência já pode ser considerada como um erro de gestão no uso da adubação.
Isso porque, hoje em dia, a produção de alimentos vive uma nova era tecnológica onde a busca pela máxima produtividade é uma meta essencial. Esta nova era vem sendo guiada pelo que vem sendo chamado de agricultura de precisão.
Podemos entender a Agricultura de Precisão como um sistema de gerenciamento agrícola baseado no avanço tecnológico que possibilita a detecção, monitoramento e orientação na gestão da propriedade como um todo.
Para isso, são utilizadas imagens de satélite, drones e câmeras especiais que coletam uma infinidade de dados que serão posteriormente armazenados e analisados gerando informações que auxiliam na tomada de decisão.
A agricultura de precisão objetiva maior controle e posterior melhora na produtividade, além de dar respaldo para a tomada de decisão e elevação da renda da atividade.
Com a agricultura de precisão já é possível, via georeferenciamento, subdividir os talhões em parcelas bem menores, possibilitando verificar o desempenho de cada parcela de forma exclusiva.
Assim, com o auxílio de maquinário específico (como pulverizadores conectados à Internet das coisas), já há a possibilidade de aplicação da quantidade exata de fertilizantes em cada parcela, aumentando a uniformidade da semeadura, desenvolvimento e colheita da lavoura, aumentando a produtividade e economizando no uso de insumos.
5. Adubação com baixo (ou nenhum) respaldo técnico
“Eu conheço meu solo e minhas plantas, sei o que precisam… não preciso de análises de solo nem respaldo de engenheiros agrônomos”.
Isso te assusta? Por sorte, esse tipo de afirmação vem se tornando cada dia mais escassa. Muitos dos produtores atuais já se baseiam na análise do solo e no respaldo de um engenheiro agrícola para tomar suas decisões quanto ao uso de insumos.
Entretanto, mesmo assim muitos agricultores ainda cometem erros.
Tais erros podem estar ligados à baixa recorrência na busca por apoio técnico, ou seja, o auxílio de um engenheiro agrônomo pode ocorrer somente na semeadura (por opção do agricultor) ou a amostragem de solo pode ocorrer em espaços de tempo muito grandes ou de forma incorreta (não mostrando a real necessidade do solo), etc.
Este fato torna-se ainda mais corriqueiro para aqueles agricultores que ainda insistem na economia injustificada. Assim, deixam de investir no básico como a amostragem do solo realizada mais vezes, a correção de pH, de salinidade, além do correto manejo de fertilização e apoio técnico especializado.
Neste caso, o barato pode sair muito caro.
A lavoura não terá o desempenho desejado, já que a quantidade de fertilizante aplicada não foi o suficiente ou foi aplicada de forma indevida, pois não houve a recomendação técnica necessária.
E, ao final, esses mesmos agricultores provavelmente gastarão muito mais (dinheiro e tempo) corrigindo o prejuízo do que teriam gastado se tivessem se precavido dos riscos e tomado suas decisões mais acertadas.
Os erros apresentados precisam ser evitados para que sua lavoura tenha a produtividade esperada. Também é importante ter os melhores fertilizantes, por isso, baixe agora mesmo nosso catálogo de fertilizantes e conheça os melhores produtos do mercado!