No Brasil, a agricultura é um dos setores da sociedade que está em constante desenvolvimento. Novas tecnologias, manejos são responsáveis por elevar nossa produtividade, representando verdadeiras tendências do agronegócio brasileiro, como já discutimos neste artigo.
Porém, nem todo tipo de desenvolvimento tecnológico é bem recebido pela sociedade. Tendemos a olhar o “novo” com desconfiança e até um certo preconceito, gerado muitas vezes pela falta de informação.
Esse é o caso do uso de transgênicos na agricultura. Mas apesar das diversas discussões, algumas fontes do setor acreditam que os transgênicos tendem a ocupar praticamente 100% das lavouras brasileiras, o que pode configurar um sério problema.
Você acha possível que a agricultura seja 100% transgênica um dia? E se for, quais as consequências disso? Essa será a temática da discussão que abordaremos no texto de hoje!
O que são transgênicos?
A definição de transgênicos é relativamente simples. Transgênicos são organismos que contém genes de outras espécies em seu genoma, se tornando um “Organismo Geneticamente Modificado” (OGM).
Estes genes são adicionados por meio de técnicas de engenharia genética bastante complexas. No esquema abaixo é apresentada, de forma bastante reduzida, como se dá a tecnologia de produção dos transgênicos.
Como vemos, há uma alteração do DNA da planta permitindo que os organismos mostrem uma característica que até então não tinham.
Na agricultura os transgênicos foram – e continuam sendo – concebidos principalmente para melhorar a produtividade das lavouras, tornando as espécies mais resistentes ás intempéries, como resistência a pragas e à seca, por exemplo, contribuindo, consequentemente com a redução dos custos.
E os transgênicos na agricultura do Brasil?
No Brasil, os transgênicos começaram a ser utilizados oficialmente no ano de 1998. O uso desta biotecnologia genética representou uma verdadeira revolução do agronegócio, pois priorizava solucionar grandes desafios da agricultura tropical, como o controle de plantas daninhas e de insetos.
Mas apesar dos diversos benefícios da transgenia, exaltados pelas empresas de biotecnologia, na época muitas foram as polêmicas, principalmente em razão do desconhecimento deste tipo de produto, novo até então. As empresas do setor, entretanto, ganharam bilhões de dólares em todo o mundo.
Além disso, as entidades ambientalistas relatavam possíveis consequências negativas dos transgênicos, como contaminação genética, ameaça a biodiversidade, entre outras. Porém, nenhuma destes efeitos negativos foram, de fato, comprovados.
Transgênicos na agricultura brasileira: o que aconteceu 20 anos depois?
O surgimento dos transgênicos na agricultura do país acabou de completar 20 anos, mas ainda é motivo de muita polêmica e críticas de entidades ambientalistas, principalmente quanto ao seu uso e sua capacidade em proporcionar segurança alimentar. Mas mesmo assim, os transgênicos já se fazem presentes em toda a agricultura brasileira.
Durante estes 20 anos, o Brasil se consolidou como uma das principais potências mundiais no setor primário. Hoje, somos reconhecidos mundialmente pela nossa alta competitividade na produção de alimentos.
Porém, é praticamente impossível imaginar a produção agrícola e a competitividade que temos hoje sem o auxílio dos alimentos transgênicos.
Em 2016, por exemplo, o país liderou o crescimento do cultivo de espécies geneticamente modificadas, aumentando sua área plantada com transgênicos em 11%, com consequente redução no uso de agrotóxicos, que vale lembrar não são a mesma coisa que fertilizantes.
Por isso, mesmo enfrentando muitas opiniões contrárias, os transgênicos já compõem parte significativa na produtividade da agricultura nacional. Na atualidade 96% da soja, 88% do milho e 78% do algodão plantados em território nacional são geneticamente modificados (GM).
Como vemos, a agricultura transgênica atinge todo o país, entretanto podemos dizer que a produção agrícola brasileira talvez nunca seja realmente 100% transgênica, haja visto a agricultura orgânica, que tende a crescer no país, e os produtores mais tradicionais que rejeitam essa biotecnologia.
Mas mediante esse cenário fica a questão: Quais podem ser, de fato, os impactos de uma agricultura brasileira quase 100% transgênica?
Principais impactos da produção (quase) 100% transgênica
A adoção de uma agricultura quase 100% transgênica no Brasil pode trazer diversos impactos ao país, alguns podem ser muito positivos, outros, porém podem ser considerados negativos na concepção de algumas entidades e/ou organizações.
Positivamente, alimentos 100% transgênicos podem ser produzidos com menos uso de defensivos agrícolas, já que grande parte dos transgênicos aprovados no Brasil representam plantas geneticamente modificadas para serem resistentes a herbicidas ou insetos, um grande problema brasileiro.
Já do ponto de vista negativo o problema relaciona-se principalmente à descrença sobre esse tipo de biotecnologia, isso porque, para as entidades ambientais “esse mundo é ainda muito obscuro” já que não se conhece, de fato, os riscos ambientais e à saúde humana desse tipo de tecnologia a médio e longo prazos.
Segundo a opinião de tais entidades os interesses comerciais estão se sobrepondo aos reais fatores de segurança, visto que o mercado de transgênicos está restrito a algumas grandes empresas com atuação mundial. Mas, como dito, são só opiniões, sem nenhuma comprovação.
Neste sentido, se quisermos aumentar a confiança do consumidor (o maior interessado quanto ao uso de alimentos geneticamente modificados) e tornar a agricultura brasileira 100% transgênica um dia, temos que aliar o avanço da ciência com as questões sociais e econômicas deste setor, responsável por gerar bilhões ao país.
Do ponto de vista da ciência aplicada à agricultura, o Brasil já está bastante avançado, apesar de todas as dificuldades existentes. Na área de biotecnologia, muitas são as tecnologias benéficas, a exemplo de plantas resistentes a doenças, portanto, há muito a se avançar.
Porém, o avanço mais significativo tem que ocorrer na completa regulamentação do setor, que engloba pesquisa, criação, tramitação, comercialização e industrialização dos OGMs, sendo esse um papel de governos.
Por fim, faz-se importante também que sejam criadas ações que proporcionem maior aceitação do consumidor por esse tipo de alimento, ações essas sempre baseadas na confiança empresa/consumidor e na comprovação de resultados científicos.
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