A cana-de-açúcar foi a primeira grande riqueza agrícola produzida no Brasil, mas é possível afirmar que essa cultura nunca abandonou esse status de importância na economia nacional. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que na safra 2019/20 foram colhidos 8,4 milhões de hectares – 1,7% a menos que no período anterior, mas com produtividade 3,6% maior, equivalendo a 642,7 milhões de toneladas colhidas – o que mostra o aumento do emprego de tecnologia na cultura –, sendo também um dos setores líderes na geração de empregos no agronegócio brasileiro.

E as perspectivas seguem otimistas para 2021. Em relatório recente  sobre commodities, o Itaú BBA projetou que os preços do açúcar demerara negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) devem continuar com bastante solidez, em função das produções menores na Europa e Tailândia e da demanda ainda aumentada pelo maior consumo de bens básicos na atual pandemia do coronavírus.

Neste cenário, é natural que as atenções dos produtores de cana-de-açúcar, principalmente neste início de ano (período em que se preparam para a colheita), voltem-se para a busca da maior produtividade e qualidade do produto. E aí que a adubação foliar se apresenta como uma opção viável – ela não substitui, mas sim complementa a adubação convencional de base, via solo, em períodos de rápido crescimento do canavial. Apesar de ainda ser novidade para alguns produtores, essa operação já é reconhecida por apresentar boa relação custo/benefício e resultados consistentes que permitem seu uso em larga escala.

O engenheiro agrônomo Carlos Roberto Manochio Junior, diretor da BSS Consultoria, ressalta que o manejo adequado da nutrição foliar em período pré-colheita é uma ferramenta que pode trazer bons resultados, especialmente em áreas de restrição de aplicação aérea de produtos químicos ou, ainda, em canaviais que não tenham pureza adequada para uso de maturador. Mas, mesmo em áreas onde se faz uso do maturador, há experimentos que demonstram a ação positiva da nutrição foliar em complemento à aplicação do maturador, como os resultados de Hervatin (2018), nos quais a combinação de ambas as tecnologias foi consistentemente superior em TCH e ART do que o uso das mesmas isoladamente.

Entre o principais benefícios da adubação foliar podem ser destacados o fornecimento de nutrientes fundamentais ao acúmulo de biomassa na época de maior crescimento da cana, como o magnésio, boro e potássio, com maior eficiência da absorção em relação à absorção via solo, resultando em maior retorno em TCH e ATR por unidade de fertilizante aplicado. Além disso, o sistema possibilita aplicação aérea com alto rendimento e baixo custo e permite operações conjugadas que levam à redução de custos operacionais.

De modo geral, há ganhos de produtividade ao redor de 10%. Além dos ganhos em produtividade, a nutrição foliar também melhora o balanço nutricional da planta, o que impacta diretamente na produção e acúmulo de açúcares na época de maturação da cana, conferindo muito mais qualidade à matéria-prima que chega às unidades industriais.

Fornecer os nutrientes-chave para favorecer a transferência de sacarose para o colmo é o grande diferencial da aplicação em período de pré-colheita. Confira alguns:

– Potássio: cátion responsável pelo carregamento da sacarose das células para o floema, permitindo sua transferência para os colmos; sua concentração controla a abertura e fechamento de estômatos e a taxa de fotossíntese,

– Magnésio: como átomo central da clorofila, é essencial para a fotossíntese; o fornecimento adequado de magnésio potencializa a transferência dos açúcares produzidos na fotossíntese para os colmos, aumentando o acúmulo de carboidratos, que reverte em maior ATR.

– Boro: o transporte de açúcar é facilitado pela presença do nutriente, pois causa a redução da resistência da membrana plasmática e é indispensável para a síntese da uracila, uma das precursoras da sacarose. Quando deficiente, o transporte de açúcares é prejudicado pela formação ineficaz de pectatos da parede celular e há menor formação dos complexos açúcar-borato que facilitam o transporte de sacarose dentro das plantas.

Sabe-se que a nova geração de fertilizantes foliares disponibiliza ingredientes ativos que podem promover maior eficiência nos processos metabólicos da planta, contribuindo para que ela consiga expressar seu máximo potencial genético. É o caso do Sugar+, produto desenvolvido pela Multitécnica e que atua no transporte de açúcares da folha para o colmo, proporcionando balanço nutricional ideal para aumento de ATR. A recomendação é que o Sugar+ seja empregado 60 dias antes da colheita, nos períodos chuvosos. Ou seja: a hora é agora! Totalmente solúvel e de fácil aplicação, o produto é recomendado também para os períodos reprodutivos das culturas de algodão e soja.

Grupo Multitécnica

Referência Bibliográfica:

Hervetin (2018)  Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/180514

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