Patenteado em 1964 nos Estados Unidos pela Stauffer Chemical Company como um forte quelatizante de metais, o glifosato tornou-se, nas últimas décadas, o principal herbicida utilizado na agricultura. No entanto, a aplicação extensiva desse elemento no controle de plantas daninhas teve como efeito secundário a intensificação de deficiências dos micronutrientes essenciais ao desenvolvimento das plantas (Co, Cu, Fe, Mn, Ni, Zn) – e até de alguns macronutrientes (Ca e Mg). O glifosato pode afetar a eficiência dos nutrientes nas plantas, tanto por precipitar os nutrientes na solução de pulverização, diminuindo sua absorção ou, ainda, por meio de uma possível quelatização de nutrientes essenciais nos pontos de acúmulo do herbicida.

Conhecidas também como Roundup Ready (RR), as cultivares resistentes ao glifosato são comercializadas no Brasil desde 2003 e representam hoje mais de 95% de toda a área de soja plantada no País, permitindo o controle de plantas daninhas com mais eficiência e menor custo. No entanto, esse uso extensivo gerou uma ineficiência nutricional das aplicações conjuntas de nutrientes quando esses são aplicados em formas não compatíveis com o glifosato, causando precipitação e diminuindo a eficiência não só da absorção de nutrientes, mas também do efeito herbicida em função de sua precipitação.

É nesse cenário que a linha Flex de fertilizantes foliares da Multitécnica – notadamente o Flex Manganês SS – se apresenta como uma poderosa aliada do produtor rural, graças à sua positiva e benéfica interação com o glifosato, como verificado em culturas como soja, milho, algodão, canola e beterraba, entre outras.

 

Efeitos da aplicação do glifosato

O mecanismo de ação do glifosato é baseado na sua capacidade de inibir a síntese da enzima EPSPS, responsável pela catálise do ácido chiquimico e do fosfato piruvato, que são precursores de 3 aminoácidos essenciais: triptofano, fenilalanina e tirosina (a falta desses aminoácidos leva a planta à morte). Os produtos da degradação do herbicida são o ácido aminometilfosfônico (AMPA) e o N-metilglicina (sarcosina).

Um fenômeno bastante comum é o amarelecimento temporário em folhas de soja RR emergidas logo após a aplicação do glifosato. Este sintoma conhecido como yellow flashing é temporário, por se reverter entre 14 e 21 dias após o aparecimento. Por ser semelhante aos sintomas de deficiência de manganês, levantou-se a hipótese de que a aplicação de glifosato estivesse indisponibilizando ou interferindo no metabolismo desse elemento pela planta, porém o sintoma é, na verdade, uma resposta das plantas à toxicidade ao AMPA. O AMPA reduz o conteúdo de clorofila das folhas, levando ao amarelecimento e, sendo posteriormente metabolizado, os sintomas são atenuados, entretanto, pode causar perda de produtividade às lavouras onde ocorre.

O Mn é essencial na síntese de clorofila e sua função principal está relacionada à ativação de enzimas, atuando como importante cofator para várias enzimas-chave na biossíntese dos metabólitos secundários da planta associados com a via do ácido chiquímico. Como o herbicida glifosato também age no metabolismo do ácido chiquímico, há relatos de que as plantas RR seriam menos eficientes no acúmulo de Mn que as convencionais. Independente dessa possível interação negativa, tendo em vista a importante participação do manganês no processo fotossintético e sua considerável extração e exportação pelas culturas, a adubação foliar de manganês em conjunto com a aplicação de glifosato se apresenta como alternativa interessante para proporcionar níveis adequados desse elemento para a planta, auxiliando no processo de recuperação do estresse proporcionado pelo acúmulo de AMPA.

Figura 1: Ação do glifosato na via do ácido chiquímico e interferência na síntese de aminoácidos aromáticos

 

Devido à elevada capacidade de quelatização do glifosato, a aplicação conjunta do herbicida com fertilizantes deve, obrigatoriamente, priorizar a escolha de fontes de nutrientes estabilizados, que não reajam no tanque, o que afetaria a eficiência tanto do herbicida como da adubação foliar. Nessa operação conjunta, o controle do pH da solução final também é fundamental, devendo ser mantido ácido para potencializar o efeito do herbicida.

Soluções Multitécnica

A Mutitécnica dispõe de uma linha de fertilizantes foliares minerais mistos compatíveis com a aplicação do glifosato, notadamente o Flex Manganês SS. São produtos que se destacam no mercado e se impõem frente à concorrência principalmente por essa compatibilidade, mas também por fornecerem nutrientes que amenizam a fitotoxidez que acaba ocorrendo mesmo nas plantas tolerantes ao herbicida.

A linha tem como grande diferencial o emprego do Poliol, que tem propriedades surfactantes e umectantes. No primeiro caso, amplia o contato da solução com os nutrientes e os tecidos da parte aérea; promove cobertura uniforme, reduzindo o risco de queimas por concentração salina; e aumenta a penetração. No segundo, aumenta o tempo que a folha tem para absorver os nutrientes e possibilita fácil dissolução dos nutrientes na superfície dos tecidos.

Com essas características, os produtos da linha Flex proporcionam uma otimização na relação custo x benefício, possibilitando considerável economia nos custos da lavoura. São eles o Flex Manganês, o Flex All Crops, o Flex Manganês SS, o Glex Gold e o Flex Triplo. Assim como os demais da linha, o Flex Manganês SS é sólido solúvel, mas apresenta maior concentração de manganês (26%) e enxofre (14%) que os demais. É disponibilizado em embalagens de 10 e 25 quilos.

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