Independente da atividade realizada, o produtor rural sabe o quão dinâmico é conduzir as atividades ligadas à agricultura. Muitos são os entraves que envolvem essa atividade, podendo influenciar negativamente em diversos momentos.

Insuficiência de nutrientes, surgimento de pragas que dificultam o controle, falta de capacitação técnica e o enfrentamento do período das secas são só algumas dessas variáveis que tem relação direta com os maiores problemas relacionados à agricultura brasileira.

Mas há também ações positivas que contribuem com o desenvolvimento da cultura e produtividade da lavoura. Uma dessas ações é a irrigação. Esta técnica de oferecer artificialmente condições favoráveis às plantas vem contribuindo significativamente com o avanço da agricultura do país.

Entretanto, até a irrigação, quando realizada da maneira incorreta, pode prejudicar seriamente uma safra. Isso porque, quando realizada sem os devidos cuidados, pode acarretar em vários problemas para a agricultura, que, na grande maioria dos casos, culminará na baixa produtividade.

Por isso, faz-se essencial que o agricultor, quando se decidir pela irrigação, a realize baseando-se em diversas variáveis, tais como a determinação do momento mais adequado, na quantidade ideal e na melhor forma de aplicação da água na plantação, ou seja, o agricultor deve priorizar um eficiente manejo de irrigação para a sua lavoura.

Pensando nisso, elaboramos este pequeno guia. Nosso objetivo é contribuir com o maior conhecimento do agricultor sobre as características de um bom manejo de irrigação. Neste material mostraremos como funciona essa forma de manejo e como ela pode aumentar a produtividade.

Veremos também as vantagens da irrigação quando agregada ao eficiente uso de fertilizantes, tendo na fertirrigação o manejo mais interessante.

Porque a irrigação da agricultura brasileira é tão importante?

Na agricultura atual, a grande maioria dos agricultores tem conhecimento da real importância da irrigação da lavoura. Eles entendem que a irrigação é fundamental para quem visa melhorar significativamente os resultados da produção, agregados à maior produtividade.

Porém, mesmo sabendo da importância, boa parcela destes agricultores realizam processos de irrigação sem o auxílio de equipamentos ou técnicas mais específicas.

Por muitas vezes, baseado no “olhômetro” (com pouquíssima precisão), o agricultor infere na quantidade de água ofertada à sua lavoura de maneira improvisada, realizando a irrigação da lavoura sem maiores preocupações quanto ao volume, período e modo de aplicação da água de irrigação.

O resultado dessa ação? Alto desperdício de água, produtividade da lavoura comprometida, não atingindo o esperado e, consequentemente, alta dos custos e redução dos lucros.

Exatamente por isso, o agricultor deve investir tempo, dinheiro e conhecimento técnico em um eficiente manejo de irrigação. Este manejo será baseado em informações, variáveis e características específicas inerentes à sua cultura.

O que é manejo de irrigação da agricultura?

Caracterizado como um importante avanço da agricultura, o manejo da irrigação representa um conjunto de ações e variáveis capazes de controlar a disponibilidade de água na lavoura irrigada.

Por meio da adoção dessa técnica de irrigação, é possível colher informações que auxiliam o agricultor a saber o momento, a quantidade e o modo de aplicar a água na plantação, evitando principalmente o desperdício.

Esta estratégia se faz fundamental em razão do comportamento de cada cultura na oferta de água. Podemos tomar como exemplo duas culturas: a do feijão e a do abacaxi.

O primeiro tem um bom desempenho quando muita água é ofertada, já o segundo terá boa performance com pouca água, suportando maiores períodos de seca.

Por isso, aplicar o melhor manejo da irrigação a cada cultura, garante, além da sobrevivência da lavoura, ampliação da produtividade, com consequente redução nos custos relacionados à distribuição de água.

Principais processos relacionados à eficiência do manejo de irrigação

Na agricultura, existem basicamente 3 processos relacionados ao manejo de irrigação, cada um apresenta sua recomendação, vantagens e desvantagens, por isso é necessário que haja melhor entendimento por parte do agricultor sobre cada um deles. São eles:

  1. Baseado nas condições do solo
  2. Baseados nas condições atmosféricas
  3. Manejo de irrigação integrado.

Conheça a seguir as principais características, vantagens e desvantagens de cada um desses processos:

  1. Manejo de irrigação baseado nas condições do solo

Neste tipo de manejo, o processo de irrigação é baseado essencialmente nas características pertinentes ao solo. Dessa forma, deve-se considerar aspectos físico-hídricos de cada um dos solos, tais como: densidade, declividade e velocidade de infiltração da água na superfície.

Esta forma de manejo de irrigação é indicada para todo tipo de cultura e forma de irrigação, porém a forma mais indicada é a irrigação localizada, representada pelos sistemas de gotejamento e a microaspersão.

Manejo de irrigação da agricultura

Legenda: Irrigação por gotejamento
 

Este sistema condiciona o solo a manter-se com teor de água sempre adequado, favorecendo o desenvolvimento da cultura, além de não interferir nos tratos fitossanitários, sendo essa a principal vantagem do sistema.

Porém, para que seja eficaz, este método é dependente de uma curva de retenção, responsável por indicar o volume correto de água em cada tipo de solo. Entretanto, na agricultura brasileira não há tantos registros de dados meteorológicos, sendo essa a grande desvantagem deste manejo.

  1. Manejo de irrigação baseado nas condições atmosféricas

Diferentemente da forma anterior, esta forma de manejo de irrigação prioriza os fatores climáticos, sendo esse o ponto-chave na garantia da eficiência.

Por se basear nas condições atmosféricas essa forma leva em consideração a evapotranspiração, ou seja, a evaporação da água do solo e a transpiração das plantas ocorrida durante o processo de fotossíntese.

Vale lembrar que a contabilização da quantidade de água que deve ser recolocada no solo é realizada via balanço hídrico. Este é caracterizado por um cálculo que considera todos os fluxos de água que entram e saem do volume de solo explorado pelas raízes.

Com base nos indicativos do balanço hídrico, há a possibilidade da realização de um melhor manejo, possibilitando ao agricultor a reposição da água perdida, sempre tomando como base as condições atmosféricas do dia ou de dias anteriores.

Assim como o manejo baseado no solo, o manejo de irrigação via condições atmosféricas é indicado para todos os tipos de culturas e sistemas de irrigação, mas via de regra é mais utilizado em sistemas que fazem uso da irrigação por aspersão.

Manejo de irrigação da agricultura

Legenda: Irrigação por aspersão
 

Essa técnica é bastante difundida na agricultura brasileira, principalmente na produção de grãos, que permite um monitoramento mais eficaz das condições meteorológicas em diversas regiões e suas influências no consumo de água da planta através da evapotranspiração, sendo essas importantes vantagens da técnica.

O ponto negativo, porém, é que a técnica exige alguns cálculos e fórmulas empíricas. Além disso há a necessidade de instalação de uma estação meteorológica na propriedade rural, que demanda custos, que porventura são inacessíveis à muitos agricultores.

  1. Manejo de irrigação integrado

Como o próprio nome diz, esse tipo de manejo de irrigação se baseia tanto nas informações auferidas pelo manejo via solo quanto pelo manejo atmosférico, ou seja, considera o nível de evapotranspiração da planta, assim como a variação das características pertinentes ao solo.

Por ocorrer de forma mais integrada, este manejo tem como principal vantagem uma maior precisão na detecção do momento e quantidade ideais de água na irrigação.

Além disso, por ter características de ambos os manejos, o manejo integrado é também indicado para todos os tipos de culturas e sistemas de irrigação, sendo que quanto mais tecnologia é aplicada ao sistema, melhores serão os resultados quanto a produtividade.

Manejo de irrigação e uso de fertilizantes: sintonia perfeita!

Na agricultura, vários são os fatores para que qualquer cultura tenha o sucesso esperado quanto ao seu nível de produtividade, tais como a característica genética da planta, nível de mecanização, fatores climáticos e presença/ausência de pragas.

Mas, sem sombra de dúvidas, água em quantidade suficiente e oferta de nutrientes na dose certa são fatores que fazem com que todo tipo de lavoura atinja níveis superiores quanto à sua maior produção.

Por isso, podemos dizer que a união da irrigação com o correto uso de fertilizantes forma uma sintonia perfeita na busca pela maior produtividade da lavoura.

Neste contexto, uma das formas mais eficazes de relação entre o manejo de irrigação e a fertilização é a adoção da fertirrigação. Esta técnica consiste basicamente no uso de fertilizantes combinados com o processo de irrigação.

Quando vem planejada, esta técnica apresenta vantagens bastante significativas, que certamente estimulam o uso da fertirrigação na busca pelo aumento da produtividade da agricultura brasileira.

Vantagens e desafios da fertirrigação

Assim como qualquer processo, a fertirrigação apresenta vantagens quando corretamente adotada na agricultura, mas enfrenta também importantes desafios que precisam ser contornados.

Uma das vantagens mais significativas é a economia tanto no custo de aplicação de fertilizantes, que ocorrerá via irrigação, quanto na menor necessidade de mão de obra e máquinas, resultando em menor compactação do solo.

Porém, como já dito, há também alguns fatores e desafios que precisam ser melhor entendidos quanto à real eficiência da aplicação da fertirrigação. Um desses fatores é a correta escolha dos fertilizantes mais indicados para cada situação.

Tal fator é fundamental em razão de alguma incompatibilidade entre os nutrientes no momento da mistura, diminuindo a solubilidade e ocasionalmente gerando precipitação de nutrientes no fundo do tanque de mistura, prejudicando a aplicação.

Outro desafio é que a fertirrigação costuma apresentar maior eficiência nos sistemas de irrigação localizada, caso do sistema de gotejamento, não sendo tão eficaz quando são adotados outros métodos.

Por isso, faz-se fundamental entender a real necessidade da lavoura, para assim realizar o manejo de forma bem planejada, utilizando os equipamentos certos e seguindo as recomendações de um especialista.

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