O Brasil é um dos países com maior potencial agrícola em todo o mundo, apresentando elevada produção de grãos, hortaliças e frutos. Isso é possível pelo fato de o território ter dimensões continentais, com grande disponibilidade de água, clima favorável, tecnologia agrícola e pesquisa de ponta, tudo em prol da produção brasileira.
No entanto, uma estimativa da FAO indicou que entre 20 a 40% dos rendimentos globais das culturas simplesmente se perdem devido aos danos causados por pragas e fungos. No Brasil, o livro “Defesa Vegetal – Fundamentos, Ferramentas, Políticas e Perspectivas” indica que o prejuízo pode ultrapassar os R$55 bilhões/ano.
Diante dessa realidade, o país precisa considerar um controle de pragas e fungos mais efetivo, a ponto de reduzir danos na lavoura e, consequentemente, no negócio como um todo. Nós já falamos porsobre a postura do produtor rural para proteger a sua lavoura, lembra?
Mas como realizar o controle de pragas e fungos no campo de uma maneira mais eficaz para que o prejuízo financeiro seja reduzido? É o que discutiremos neste post. Acompanhe.
O problema do calendário de aplicação de inseticidas
Geralmente, por desconhecimento técnico, muitos produtores utilizam os defensivos agrícolas químicos de forma desordenada, sem que seja considerada a presença efetiva de pragas e fungos. É o que chamamos de calendário de aplicação de produtos químicos, a partir do qual os inseticidas são aplicados seguindo datas pré-estabelecidas.
Porém, ao seguir esse calendário, o produtor tende a aplicar o produto químico em um momento inadequado e em excesso, com um composto não compatível com a necessidade, o que resulta em um maior impacto ambiental e, é claro, gastos maiores do que o necessário.
Solução: manejo integrado de pragas
Para reduzir esses efeitos negativos, o produtor deve adotar o que chamamos de manejo integrado de pragas (MIP).
O MIP se configura como uma estratégia de controle múltiplo de pragas, fundamentada no controle ecológico e nos fatores de mortalidade naturais. O MIP procura desenvolver táticas de controle que interfiram minimamente a lavoura, tendo como objetivo diminuir as chances dos insetos ou doenças de se adaptarem a alguma prática defensiva em especial.
Dessa forma, quando bem empregada, o controle de pragas e fungos por meio da técnica do MIP traz diversas vantagens, já que limita os potenciais efeitos prejudiciais dos defensivos químicos na lavoura, na saúde pública e no ambiente natural, já que não reduz a população de predadores naturais.
Daí a importância da realização do correto monitoramento da lavoura, desde o planejamento até a colheita. É o que discutiremos a seguir.
Monitoramento: palavra de ordem para o controle de pragas e fungos
De fato, não identificar a presença de insetos ou fungos na lavoura pode resultar em irreversíveis danos à produção agrícola. Por esta razão, quando o assunto é controle de pragas e fungos nas lavouras, o correto monitoramento deve ser uma prática rotineira.
Basicamente, o eficiente monitoramento da lavoura deve ser feito com 3 finalidades:
- Detectar uma nova espécie;
- Medir o nível de infestação por meio da dinâmica populacional;
- Identificar quando e onde determinada praga está presente.
Essa prática mensura, também, os possíveis danos e prejuízos que, porventura, podem ocorrer na lavoura. Por fim, o monitoramento será fundamental na definição da aplicação das medidas de combate, caso dos inseticidas, fungicidas, ou controle biológico.
O monitoramento deve ser iniciado ainda na fase de planejamento da safra, ou seja, antes do plantio, e seguir todo o desenvolvimento da cultura. Para isso, o produtor precisa considerar clima, umidade, temperatura, tempo, além da variedade da cultura plantada.
Também é fundamental identificar corretamente as pragas e fungos mais recorrentes na região, a fim de se precaver para futuras “visitas” indesejáveis. Para isso, o uso da tecnologia é essencial.
Tecnologia a favor do controle de pragas em lavouras
Sem dúvidas, a tecnologia se configura como uma das principais formas de auxílio do produtor no controle de pragas e fungos na sua lavoura.
Dentre todo o avanço tecnológico no controle de pragas, o uso de drones vem sendo um grande aliado da lavoura. Eles permitem uma visualização pontual e assertiva exatamente na área que se quer analisar, ajudando no monitoramento.
A biotecnologia e a nanotecnologia também ganham importância neste contexto tecnológico. Isso porque muitas pesquisas vêm sendo realizadas em busca de novas variedades de plantas que resistam melhor à ação de pragas, caso dos transgênicos já difundidos em diversas culturas. Já o uso de nanopartículas faz que o produtor utilize menor quantidade de produtos químicos no combate de pragas, resultando em avanços ambientais extensos.
E ai, gostou do artigo? Ficou com alguma dúvida? Compartilhe nas redes sociais com os seus amigos e até a próxima.