Aumento da área plantada deverá trazer incremento de produção e de exportação na safra 2023/24


A “bola da vez” no agronegócio brasileiro é uma bola de… algodão! As projeções da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam que a produção da pluma para a safra 2022/23 no País irá variar entre 3,1 e 3,37 milhões de toneladas, o que representaria uma alta de 3% em relação à safra anterior. Será o quinto aumento consecutivo na área plantada, fazendo com que a semeadura destinada ao algodão ultrapasse 18 milhões de hectares, a mais extensa dos últimos 22 anos – um incremento de 8% em relação à anterior.

A iniciativa é mais evidente no Mato Grosso, Estado que responde por cerca de 70% do plantio do algodão no Brasil. Mas o fenômeno também é visto na Bahia, o segundo maior produtor nacional, e nos demais estados produtores.

Entre as razões que impulsionam o crescimento da área destinada à cotonicultura está a redução nas margens do milho safrinha. Outro fator são os problemas enfrentados pelos produtores de soja, que se depararam com uma série de adversidades climáticas no ano passado. Isso fez com que houvesse um “encurtamento” do ciclo da soja, possibilitando a antecipação do plantio do algodão. Nos casos mais extremos, o produtor desistiu da soja e optou pela semeadura do algodão logo na primeira safra.

Mas há, também, boas razões para essa migração de culturas. A –cada vez maior – disseminação de boas práticas agrícolas tem beneficiado o cultivo do algodão. Com isso, a cotonicultura oferece uma alternativa interessante ao milho e à soja de primeira safra, ao mesmo tempo em que preserva a fertilidade do solo a longo prazo.

Apesar da queda nos preços internacionais do algodão, os custos de produção também diminuíram, o que trouxe um alívio aos produtores. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) prevê uma queda de 19% nos custos totais de produção nesta safra no Estado, o que é bastante significativo.


Exportações

No entanto, a produção global de algodão deverá retrair 5% no período, com a oferta estimada em 24,5 milhões de toneladas pelo USDA. China, Índia, Estados Unidos e Austrália tiveram suas produções impactadas negativamente, enquanto o Paquistão deve apresentar recuperação na atual safra 2023/24.

Se as projeções se confirmarem, o Brasil passará a ocupar o terceiro lugar entre os maiores produtores mundiais, ultrapassando os Estados Unidos e ficando atrás apenas da China e da Índia. A China é, também, o principal destino do algodão brasileiro, representando 29% das exportações realizadas em 2023.

No cenário atual, a consultoria StoneX projeta que a exportação do algodão brasileiro no período 2023/24 atinja 2,5 milhões de toneladas, um salto de 50% em relação ao anterior. Contribui para isso o fato de o Brasil ter iniciado a safra com mais de 2 milhões de toneladas em estoque, ainda segundo a Stone X.

A expectativa é que a demanda cresça organicamente em 2024, notadamente nas economias em desenvolvimento, com destaque para os países asiáticos, tradicionalmente grandes compradores do algodão brasileiro. Soma-se a isso o fato de o Brasil investir em programas de certificação de qualidade para conquistar novos mercados. Desta forma, as perspectivas para 2024 apresentam-se bastante promissoras.


Hora certa

As já citadas adversidades climáticas vistas em 2023 – ocasionadas pelo fenômeno El Niño – que prejudicaram as lavouras de soja e milho, levaram à antecipação da segunda safra de algodão. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), quase 60% das áreas de algodão já tinham sido semeadas no Brasil até janeiro, cerca de 20% a mais em comparação com a safra anterior.

Com isso, os produtores devem ficar atentos para garantir um bom “arranque” da cultura, o que irá significar maior produtividade e qualidade da fibra ao final do ciclo. Quem optou por antecipar a safra deve optar por variedades de sementes mais tardias, que são mais rústicas e suportam melhor as diferentes condições do solo.

É no início do ciclo que o manejo deve ser feito para evitar a incidência de pragas – como tripes, pulgão e mosca-branca – e ervas daninhas. Para o controle de doenças, o manejo preventivo com fungicidas deve começar entre 25 e 30 dias depois da semeadura. Já os cuidados com a nutrição da planta devem permanecer durante todo o ciclo, sendo bastante indicadas adubações complementares de nutrientes.


Impulso da linha Multitécnica

O gerente técnico da Multitécnica, Flávio Barcellos Cardoso, conta que os produtores de algodão, do Mato Grosso, têm obtido bons resultados com a aplicação do produto New Max, notadamente após o uso do redutor de crescimento. “Eles (os produtores) muitas vezes, durante o ciclo, entram com um produto para reduzir o crescimento vegetativo do algodão. E, aí, logo após a aplicação desse redutor, recomendamos fazer uma aplicação de alguns produtos para ‘destravar’ a planta, pois às vezes o redutor pode causar um travamento excessivo, explica.

O New Max disponibiliza os aminoácidos necessários para a síntese de proteínas, bem como compostos intermediários para a obtenção dos hormônios vegetais que, atuando diretamente no crescimento e desenvolvimento das plantas, garante melhor expressão do seu potencial genético.

NEW MAX NO ALGODÃO

Entre os benefícios já confirmados com a aplicação do New Max estão a atenuação de estresses, melhora do metabolismo da planta, maior taxa fotossintética e maior eficiência do uso de água e nutrientes.

No caso do algodão, a recomendação é que sejam aplicados de um a dois litros por hectare.

Outra recomendação de Cardoso é o produto Sugar+, a partir da formação da primeira maçã. “Isso significa entre 55 e 60 dias após a emergência das plantas”, diz. Trata-se de um fertilizante foliar que tem um equilíbrio ideal entre o potássio, boro e magnésio e moléculas de ação fisiológica. Sua aplicação evita a deficiência fisiológica desses nutrientes minerais ao longo do ciclo das culturas, garantindo alta síntese de carboidratos pelas folhas e sua rápida translocação para órgãos dreno como folhas novas, flores, botão floral e capulho.

Entre os benefícios obtidos com a aplicação do Sugar+ estão a diminuição do efeito de fotoxidação, aumento da fotossíntese, melhora do metabolismo das plantas, bem como da produção e qualidade das fibras.

 

 

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