O agronegócio representa o setor com maior participação na economia brasileira e as tendências de crescimento são bastante fortes para os próximos anos. Boa parte dessas expectativas é decorrente do aumento da produtividade que, por sua vez, é ocorre em razão do uso de fertilizantes.

Atualmente, 7% do consumo global de fertilizantes ocorre na agricultura brasileira, estando atrás apenas da China, Índia e Estados Unidos. Além disso, estamos na quarta posição no consumo de Nitrogênio e na terceira de Fósforo, além de ocuparmos o segundo posto no consumo de Potássio.

Porém, apesar de ser um grande consumidor de fertilizantes, o Brasil presenciou nos últimos 10 anos relativa redução na produção interna com consequente aumento nas entregas de adubos neste período, ou seja, compramos muito do mercado externo. Várias são as razões no entendimento dessa tendência.

Tendências Fertilizantes

Por isso, fica a questão: Sabemos que o uso do fertilizante no Brasil tem grande participação na erradicação da fome mundial, mas quais são as expectativas esperadas para o setor interno?

Comportamento do mercado brasileiro de fertilizantes nos últimos anos

De fato, o uso de fertilizantes resulta em grandes avanços para a elevação da produtividade agrícola brasileira. Apesar disso, observou-se redução na produção interna de fertilizantes, passando de 9,81 milhões de toneladas no ano de 2007, para 8,184 milhões dez anos depois.

Em contrapartida, segundo levantamento da ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) houve um substancial aumento de 39,8% nas entregas de adubos neste período, passando de 24,61 milhões em 2007 para 34,4 milhões de toneladas em 2017.

Deste montante, o principal nutriente aplicado no Brasil é o potássio, com 38%, seguido pelo cálcio, com 33%, e o nitrogênio, com 29%.

Porém, mesmo com o aumento da demanda interna por fertilizantes – para contribuir com o aumento da produção – houve redução na produção, com consequente queda na oferta interna nestes últimos 10 anos.

Isso mostra que o Brasil depende muito das importações de fertilizantes para satisfazer suas necessidades, prova disso é que praticamente 70% dos fertilizantes utilizados no país vem de fora.

Tal dependência é caracterizada como um grande problema do nosso agronegócio. Exatamente por isso é essencial que façamos uma reflexão sobre essa dependência, criando assim estratégias para reduzi-la.

Principais fatores da dependência externa por fertilizantes

No agronegócio brasileiro, alguns são os fatores que explicam a queda da produção de fertilizantes com consequente elevação da necessidade externa. Tais fatores são verdadeiros entraves do crescimento interno.

O primeiro fator tem relação com a concentração de mercado de fertilizantes no Brasil. Isso porque poucas grandes empresas detêm a grande maioria da produção e comercialização deste tipo de produto no país, portanto podem “ditar o mercado”, principalmente quanto ao preço.

Já a questão tributária interna talvez seja o fator mais determinante. Muitas são as discrepâncias entre as alíquotas estaduais de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que atuam negativamente na melhora da comercialização interna de todo tipo de fertilizante.

Um exemplo é a bitributação, que ocorre quando a comercialização do fertilizante envolve duas unidades da federação sendo que ambas as partes são tributadas, enquanto a cobrança do imposto será inexiste se o negócio for realizado dentro de um mesmo Estado.

A discrepância se torna ainda maior quando lembramos que a compra do fertilizante importado é isenta de tributação, tornando a concorrência muito desleal em relação ao produto nacional.

Por fim, o território brasileiro é historicamente caracterizado por apresentar baixa capacidade instalada de produção das principais fontes de fertilizantes acabados, caso da ureia e do nitrato de amônio, que se mantiveram suas produções praticamente estagnados nos últimos anos.

Pior ainda é a participação brasileira na produção de potássio. Este nutriente sofreu a maior redução entre todos os nutrientes, principalmente em razão da ausência de investimentos no setor.

O único nutriente que “se salva” é o fosfato, cuja produção segue um ritmo diferente dos demais. Além de ser o insumo com menor necessidade de importação (40% dos fosfatos são fabricados no País), a fabricação permaneceu praticamente constante nos últimos 15 anos, produzindo 2 milhões de toneladas anuais.

Tendências do mercado interno de fertilizantes

No curto prazo, a expectativa é que o Brasil aumente suas importações de fertilizantes visando atender as novas fronteiras agrícolas. Dessa forma, a dependência externa por estes tipos de produtos tem a tendência de se manter.

Mas o desenvolvimento do setor agrícola brasileiro é contínuo e crescente, assim a utilização do fertilizante também tende a crescer de forma expressiva.

Por isso, espera-se que existam estratégias de crescimento na produção nacional, como expansões e construção de novas fábricas no mercado nacional de fertilizantes, que ajudarão na redução da dependência brasileira dos fertilizantes importados.

Esse grau de investimentos já vem ocorrendo, mesmo que de forma lenta.

Um exemplo são os investimentos na produção de fosfatos, caso do Complexo Mineroindustrial de Serra do Salitre (CMISS), que representa um dos maiores investimentos privados em andamento no País, com aportes de R$ 2,6 bilhões, permitindo ao Brasil substituir a importação de 400 mil toneladas por ano de fertilizante fosfatado.

Por fim, vale salientar que a redução da dependência brasileira por fertilizantes importados ajudará a agricultura e a economia interna a produzir alimentos de uma maneira mais rentável e sustentável em todos seus aspectos.

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