O termo “estresse” pode ser definido como uma reação adversa às condições ambientais desfavoráveis ao pleno desenvolvimento, no caso da agricultura, das plantas, o que costuma resultar em perdas de produção. Essa situação gera ainda mais desafios à já naturalmente complexa produção de alimentos, que cada vez mais impõe a busca de soluções para viabilizar a máxima produtividade.
Ocorre que as mudanças ambientais no planeta estão cada vez mais impactantes, daí a necessidade de se buscar e desenvolver soluções viáveis para acabar com esse estresse — não só o vegetal, como o humano e animal, ou pelo menos, reduzi-lo. No caso das plantas, a situação de estresse as leva a apresentar sintomas fisiológicos, que alteram sua funcionalidade, e morfológicos, que podem ser observados visualmente.
O primeiro passo para solucionar essa equação é entender como as plantas se comportam diante dos diversos estresses abióticos, bem como compreender quais são as principais reações promovidas na fisiologia vegetal. Os tipos de estresse são divididos em dois grandes grupos: bióticos, relacionados ao ataque de pragas, doenças e plantas daninhas; e abióticos, que podem ser térmicos, em função da salinidade, luminosidade, hídrico, entre outros.
As espécies reativas de oxigênio (ERO) são formas reduzidas de oxigênio energeticamente mais reativas que o oxigênio molecular. Elas têm maior facilidade em reagir com substâncias, podendo gerar uma série de reações na planta. As formas mais comuns encontradas são radicais superóxido (O2), peróxido de hidrogênio (H2O2) e radical hidroxila (OH). Por serem compostos que reagem facilmente com outras moléculas, podem levar à oxidação de componentes celulares importantes como membranas celulares, lipídeos e até mesmo do próprio material genético da célula.
Após essa compreensão, torna-se possível traçar estratégias para combater os vilões do estresse oxidativo (ERO) e, com isso, evitar que os danos prejudiquem a produtividade das culturas. Nesse ponto, a nutrição mineral das plantas apresenta-se como principal alternativa aos altos investimentos tecnológicos, pois é capaz de torná-las mais aptas a suportarem os diferentes tipos de estresses abióticos, resultando em vegetais “melhores”.
Como combater?
Os micronutrientes, em doses adequadas, podem agregar às plantas características de resistência aos estresses abióticos, combatendo as espécies reativas de oxigênio por meio da ativação do metabolismo antioxidante. Ferro, Manganês, Cobre, Zinco e Molibdênio são alguns exemplos desses elementos, encontrados nos produtos desenvolvidos pelo Grupo Multitécnica.
O Manganês (Mn) atua como um modulador da fotossíntese e do metabolismo antioxidante nas plantas, participando da estrutura das proteínas e das enzimas de fosforilação. Ele mantém a estrutura do cloroplasto e atua como cofator redox de muitas enzimas — como a Superoxido Dismutase (SOD), na forma MnSOD. A sua deficiência ocasiona prejuízos, principalmente, ao processo de fotólise da água no fotossistema II.
O Zinco (Zn) é um dos elementos mais importantes para o crescimento das plantas, atuando no metabolismo de carboidratos, lipídios e ácidos nucléicos. Ele influencia no desenvolvimento dos cloroplastos e em processos que auxiliam o funcionamento dos fotossistemas, de forma a garantir a manutenção da fotossíntese.
Além disso, o Zn desempenha um importante papel como cofator funcional, estrutural e regulador de enzimas do metabolismo antioxidante. Assim, a deficiência de Zn pode causar danos no metabolismo vegetal, prejudicando, principalmente, a fotossíntese, por meio da não-ativação da anidrase carbônica.
O Cobre (Cu) é um cofator em proteínas que estão envolvidas nas reações de transferência de elétrons. Suas funções também se estendem para o empilhamento dos tilacóides, na assimilação do nitrogênio, e na biossíntese do ácido abscísico (ABA). No sistema antioxidante, o cobre age dismutando o superóxido (O2), e evitando a degradação das células vegetais.
Ele também está presente em diversas proteínas multifuncionais, como as plastocianinas e o citocromo, que fazem parte da rede de transferência de elétrons. Baixas concentrações de cobre no metabolismo vegetal provocam a ruptura de sistemas que são fundamentais para manter a homeostase fisiológica e morfológica das células vegetais. Mas, atenção: enquanto doses moderadas são capazes de aumentar as enzimas antioxidantes, principalmente a SOD e CAT, altas concentrações causam desequilíbrio nutricional e, consequentemente, estresse fisiológico.
O Boro (B) atua na lignificação das paredes vegetais, estrutura da membrana celular, divisão celular, respiração, metabolismo do RNA, metabolismo do ascorbato, ácido indol-acético, metabolismo do N, metabolismo dos carboidratos e no processo de fotossíntese. Estudos indicam que a suplementação com boro pode aumentar os antioxidantes enzimáticos e não enzimáticos, como SOD, CAT e APX e prolina. A sua falta causa o aumento de metabólitos secundários como a fenilalanina amônialiase (PAL) e polifenoloxidase (PPO) (Riaz et al., 2018).
O Ferro (Fe), por exemplo, está presente em inúmeros processos celulares (como respiração, biossíntese de clorofila e fotossíntese) e serve como cofator para enzimas envolvidas no metabolismo antioxidante. A suplementação de Fe nos fertilizantes é capaz de aumentar significativamente a atividade das enzimas SOD (até 80%) e CAT (55%), ampliando o sistema de defesa das plantas e mitigar o estresse oxidativo causado pelo excesso de EROs.
O Molibdênio (Mo) atua no como crescimento da raiz, biossíntese de clorofila, eficiência no uso da água, fotossíntese, integridade das membranas, assimilação de N e biossíntese de hormônios endógenos. Sua contribuição na resistência aos estresses abióticos é amplamente reconhecida. O Mo é parte integrante de diversas enzimas: são sulfito oxidase (SO), amidoxima redutase mitocondrial (mARC), xantina desidrogenase (XDH), nitrato redutase (NR) e aldeído oxidase (AO), por exemplo. Além disso, a suplementação de Mo contribui para o metabolismo antioxidante, aumentando a atividade da SOD, CAT, APX e GR, e o conteúdo de antioxidantes não enzimáticos, como ácido ascórbico, glutationa, e carotenoides.
O Níquel (Ni) concentra duas enzimas que estão diretamente envolvidas no metabolismo do nitrogênio: urease e nitrogenase. Por isso, beneficia plantas que utilizam a fixação biológica do nitrogênio (FBN), como as leguminosas. Além disso, participa da formação de uma enzima antioxidante (NiSOD) e ativa a isoforma reativa metilglioxal relacionada à via de tolerância a estresses abióticos da glioxalase. Portanto, a deficiência de Ni nas plantas pode afetar negativamente o desenvolvimento vegetal, e provocar sintomas de crescimento retardado, senescência, metabolismo reduzido de N e absorção reduzida de Fe.
Fertilizantes com micronutrientes
A adubação equilibrada sempre costuma ser a melhor e mais rápida solução para corrigir os problemas derivados do estresse oxidativo, mas é ainda mais eficiente quando empregadas como prevenção.
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