A geada é um fenômeno climático que ocorre quando se formam finas camadas de gelo sobre as plantas, principalmente no inverno e outono. É interessante observar que a água, sozinha, só se congela a -40ºC, mas quando ela está em contato com alguma superfície (além de plantas, vidros e janelas, por exemplo), basta estar abaixo de 2ºC para que o gelo se cristalize. No caso da relva, é preciso um pouco mais de frio, -2º C. Ou seja: pode-se dizer que a geada é o orvalho congelado.
No Brasil, esse fenômeno ocorre, principalmente, devido a passagens de frentes frias ou massas de ar polar vindas dos Andes ou do Oceano Atlântico. Mas fatores como a latitude, altitude e as nuances do relevo do ambiente de cultivo também podem influenciar. A intensidade das geadas, normalmente, costumam ser divididas em três níveis: moderada, que ocorre, de modo geral, a cada três anos; severa, a cada seis anos; ou severíssima, como as registradas em julho e agosto deste ano no Centro-Sul do País, e que têm frequência reduzida – apenas a cada 30 anos. No caso deste ano, não se registrava tanta intensidade desde 1994.
Especialistas indicam que, apesar do aquecimento global constatado na média da temperatura, eventos extremos de clima estão ficando mais frequentes. O ciclo do carbono, na nova era do Antropoceno (que é como os cientistas chamam o período mais recente da Terra), pode estar influenciando esses fenômenos, por haver indícios de alteração no ciclo de energia do planeta. E o resultado costuma ser, infelizmente, desastroso para os produtores rurais, com drástica redução não só na quantidade, como na qualidade da produção.
Embora muito temidas pelos produtores, as baixas temperaturas (não necessariamente as geadas) também podem ter impactos positivos no campo, dependendo da cultura e do estágio de desenvolvimento da plantação. Isso porque o frio favorece as culturas de inverno, contribuindo para a perfilhação das plantas. Os benefícios envolvem ainda a prevenção de doenças, eliminação de pragas, plantas daninhas e insetos e, ainda, controle de vegetação fora de época. O problema é quando o cenário envolve as culturas de verão, fruticultura e hortaliças, que são muito suscetíveis e costumam acarretar grandes perdas aos produtores. A vantagem destas culturas, por outro lado, é que têm maior poder de regeneração e costumam se reestabelecer mais rapidamente do que outras.
No caso das geadas ocorridas neste ano, os prejuízos atingiram notadamente o cultivo de café, cana-de-açúcar, milho e feijão. As áreas que mais sofreram com o fenômeno ficam no sul de Minas; Alta e Baixa Mogiana, em São Paulo; oeste paranaense; Mato Grosso do Sul, Cerrado Mineiro; e diferentes regiões dos estados do Sul. Os reais impactos das geadas demoram um pouco a serem dimensionados, mas costumam ser sentidos em toda a cadeia do agro e até no preço da carne, pois os cereais são usados como ração para ovinos, suínos, bovinos e aves. Com a redução de produção, o preço sobe e reflete no custo final do produto, isto é, para o consumidor. Ou seja: todo mundo perde.
Impacto por cultura
No caso do café, os impactos variam muito conforme a intensidade da geada. O que já é possível dizer é que a próxima safra (2022/23), de ciclo alto, foi comprometida de maneira significativa. Mesmo em áreas em que a geada não ocorreu – portanto, sem queima do cafeeiro – há efeitos negativos invisíveis na fisiologia da planta, que prejudicarão as próximas floradas e a formação de frutos. E isso só será conhecido mais ao final do ano.
Os pomares de laranjas já vinham debilitados pela seca quando foram atingidos pelas geadas. Ainda não há como afirmar que haverá impacto no volume produzido na próxima safra (2022/23). Mas há preocupação com as lavouras mais novas (em fase de brotação) e aquelas com maior incidência de greening. Porém, para a safra atual, a qualidade das laranjas nos pés deve ser prejudicada, com interior seco e cristalização, assim como observado após as geadas no final de junho e início de julho.
Na cana-de-açúcar, por sua vez, os impactos das geadas começam a ser visíveis mais rapidamente, de 10 a 30 dias após a ocorrência. Além de sua intensidade, que consiste na temperatura mínima e no tempo de exposição da planta, o perfil do canavial também determina os níveis dos danos. No caso deste ano, os maiores impactos foram sentidos em áreas que estavam programadas para serem colhidas em setembro/outubro e que sofreram com danos mais severos, como a queima da gema apical. Quando isso ocorre, há uma interrupção do crescimento dos colmos, aonde se deposita o açúcar na planta. A saída, para evitar danos maiores, é a antecipação da colheita.
Na Região Sul, as variedades e os ciclos da cultura de hortifrutis permitem melhor resiliência às geadas. Por outro lado, na região Sudeste, os polos de produção de hortaliças já apresentaram os efeitos das perdas nos preços de alguns produtos, caso de alface e batata. Cebola e cenoura, por serem mais resistentes, foram menos impactadas. No caso das frutas, as culturas da banana e manga em MG e SP também tiveram a produção e a qualidade dos frutos comprometidos em função das baixas temperaturas.
O trigo costuma ser bastante resistente à geada nos estágios iniciais, assim os impactos foram pouco sentidos na lavoura — houve perdas pontuais onde o cereal já estava em condições avançadas, com florescimento e até enchimento. O que mais preocupava os produtores, na verdade, era a falta de chuvas.
No que diz respeito ao milho, embora a área exposta ao impacto da geada da terceira onda de frio tenha sido menor que a do início de julho, ainda havia uma parcela relevante da lavoura em fase de floração em enchimento, que foi mais impactada – o que reduziu ainda mais os níveis de produtividade esperados. Mas, de forma geral, há um consenso de que as perdas em lavouras e na pecuária gerados pelas geadas preocupam os produtores e prometem afetar os negócios, pelo menos, até 2022.
O que fazer?
A agricultura pode ser considerada “uma indústria a céu aberto” e, portanto, exposta aos mais diferentes eventos climáticos — a geada entre eles. Assim, sua ocorrência, por ser já esperada, pode (e deve!) induzir à evolução do processo produtivo.
A boa notícia é que plantas com maiores concentrações de carboidratos e proteínas tendem a ser mais resistentes e a sentir menos os efeitos dessas intempéries. Assim, é possível manter as plantas bem nutridas e preparadas para enfrentar as baixas temperaturas e as temidas geadas. Nesse sentido, os aminoácidos apresentam-se como um importante aliado dos produtores. Esses complexos atuam de forma natural na ativação e na aceleração do metabolismo da planta, aumentando sua temperatura interna e, consequentemente, reduzindo os estresses fisiológicos causados pelas baixas temperaturas.
É importante o produtor saber que os aminoácidos não são comercializados isoladamente — normalmente estão dispostos em compostos que trazem consigo um ou mais nutrientes e alguns destes podem não ser necessários para determinada área ou cultura. Daí a necessidade, por parte do produtor, de se certificar de que o produto escolhido seja de marca idônea, reconhecida e respeitada no mercado, bem como acompanhada de informações claras e cientificamente fundamentadas quanto à forma de sua utilização.
É o caso do New Max, fertilizante organomineral da Multitécnica que apresenta formulação equilibrada composta de sais minerais, aminoácidos e outros compostos provenientes da fermentação controlada de materiais orgânicos vegetais e substâncias nutritivas. Trata-se de um produto ideal para recuperação de lavoura prejudicada por alguns fatores externos — como é o caso da geada.
O New Max traz em sua fórmula nitrogênio, fósforo, potássio, boro, carbono orgânico total, cobre, manganês, molibdênio e zinco. É disponibilizado em frascos de um litro (caixa com 12; 600 litros no pallet), galões de cinco litros (caixa com quatro, mil litros no pallet) e baldes de 20 litros direto no pallet (720 litros no total).
Uma vez que suas lavouras foram afetadas pelas geadas, os produtores também podem minimizar as perdas valendo-se de técnicas de manejo, gerenciamento técnico e financeiro do negócio. Cada caso deve ser analisado com critério e estar fundamentando em conhecimento científico e empírico, adaptados a cada situação. Quanto maior a quantidade de tecidos mortos nas plantas, mais drástica vai ser a intervenção, que pode chegar até mesmo à substituição das lavouras para determinadas áreas. Havendo necessidade de podas, o que deve ser determinado por pessoal técnico, a regra é: quanto menos cortar, melhor.
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