A Associação das Indústrias de Fertilizantes Orgânicos, Organominerais, Biofertilizantes, Adubos Foliares, Substratos e Condicionadores de Solos (Abisolo) mantém desde 2008 o Programa Interlaboratorial de Metodologia de Análise de Fertilizantes Foliares. O objetivo da iniciativa é apoiar as indústrias associadas na melhoria contínua dos processos relacionados à garantia da qualidade de seus produtos.
Na busca desse objetivo, seus consultores técnicos comparam os resultados analíticos obtidos em uma mesma amostra por todos os laboratórios participantes do Programa. A partir disso, apontam possíveis desvios individuais e indicam pontos de atenção e de ajuste em relação à metodologia utilizada, de modo a equacionar e solucionar os problemas identificados. O procedimento aborda tanto análise e técnicas operacionais quanto calibração de equipamentos. Além disso, o programa disponibiliza treinamento técnico permanente para os profissionais dos laboratórios participantes.
Em 2020 foram incorporados à iniciativa os programas de Ensaios de Proficiência para Acreditação (PIEPA) e para Material de Referência Certificado (PIMRC), que, por sua vez, complementam o Programa de Melhoria Contínua já existente. Em função do bom desempenho obtido ao longo dos anos participando do Programa Interlaboratorial da Abisolo, a Multitécnica foi convidada para participar do PIMRC no ano de 2021, junto com um grupo de apenas outros sete laboratórios selecionados.
O Programa Interlaboratorial da Abisolo conta, em toda a sua totalidade, com a participação de 67 laboratórios de análises químicas. Na última rodada do programa, em 2022, apenas nove laboratórios alcançaram 100% de aprovação, a Multitécnica orgulha-se de estar entre eles. Esse excelente desempenho no programa influencia diretamente na eficiência de seu controle de qualidade e, consequentemente, na confiabilidade dos seus produtos.
Como funciona?
Após identificar os problemas analíticos, pelas amostragens, o programa oferece soluções para equacioná-los, unificar as metodologias laboratoriais existentes e, mesmo, fazer reivindicações para o benefício do setor junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “Essa iniciativa é imprescindível para a manutenção da qualidade dos fertilizantes foliares”, atestou o saudoso engenheiro agrônomo José Carlos Alcarde, um dos defensores da implantação desse tipo de programa no país. “Sempre que a amostragem não funciona, procura-se repetir o experimento até alcançar o objetivo determinado anteriormente e, com isso, há uma garantia de qualidade”, explicou.
Nos testes são levados em consideração todos os fatores e influências para as variabilidades do processo de medição. Os resultados das amostras são avaliados por uma técnica estatística, desenvolvida para projetos interlaboratoriais, conhecida pelo nome de Elipse de Confiança, de acordo com os critérios previamente estabelecidos. No final de um ano, as empresas participantes recebem um certificado de proficiência, caso tenham alcançado bom desempenho.
Vale salientar que as decisões tomadas no ambiente industrial são vinculadas, muitas vezes, a resultados de ensaios ou calibrações. Estas medições têm de ser extremamente confiáveis, pois um resultado inadequado pode levar a uma tomada de decisão errônea. Aí está a importância da qualificação dos laboratórios que realizam estas análises, pois eles devem ter seus processos estruturados, de forma que seja possível garantir a sua qualidade.
Multitécnica presente
A Multitécnica participa continuamente do Programa Interlaboratorial para Melhoria Contínua da Abisolo desde 2013. Em 2018, a empresa começou a realizar o acompanhamento do desempenho do seu laboratório por meio de dois indicadores: o número de ensaios realizados a cada rodada (com meta mínima de 20 parâmetros analisados); e a eficácia de sua participação por rodada, calculada como percentual de itens aprovados em relação a todos os itens analisados pelo laboratório. Para esse quesito, foi estabelecida meta mínima de 70% de aprovação. A cada parâmetro reprovado, o laboratório realiza investigações e promove ações corretivas a fim de sanar os eventuais problemas detectados.
“Desde o início deste monitoramento temos aumentado o número de ensaios realizados, com a inclusão de análises de enxofre gravimétrico, fósforo colorimétrico e carbono orgânico, que entraram no escopo de análises do laboratório nos últimos anos. Temos também superado as metas do índice de aprovação”, explica a engenheira química Daniela Gomes, coordenadora do laboratório da Multitécnica. A cada ano, o departamento vem ampliando a média do número de ensaios realizados (passando de 17 em 2013 para 23 em 2022) e a média do índice de aprovação (que foram de 53% e 90,5%, respectivamente).
Ela explica que, atualmente, a Multitécnica analisa 23 parâmetros no seu ensaio interlaboratorial, distribuídos entre amostras de fertilizante mineral foliar fluido, em suspensão, solução e fertilizante orgânico/organomineral fluido, de maneira a cobrir todos os parâmetros que se aplicam às matrizes de fertilizantes que sua indústria fabrica. “Os únicos parâmetros que não analisamos são pertinentes a amostras de fertilizantes organominerais sólidos, que não fazem parte do portfólio da empresa”, acrescenta Daniele. “A nossa média do índice de aprovação de 90,5%, obtida até a quarta rodada deste ano, é a maior obtida desde o início de nossa participação no programa, o que demonstra nossa evolução”.
O laboratório da Multitécnica participa também da Comissão de Métodos Analíticos do Sindirações (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal), no qual são promovidas discussões acerca de melhorias nas análises, amostragens e meios de preparação de amostras voltadas para o seguimento de nutrição animal. Esta comissão também promove a atualização constante do Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal, que há anos se consolidou como a principal referência metodológica no campo de análise para o seguimento de
nutrição animal. “Há alguns anos foi criada a Subcomissão de Minerais e Contaminantes, à qual o laboratório da Multitécnica traz grandes contribuições, pela sua vivência no controle de qualidade de uma empresa fornecedora de micronutrientes”, acrescenta Daniele.
Estrutura
O laboratório da Multitécnica possui uma equipe de 24 funcionários, sendo que 18 deles trabalham em escala de revezamento, distribuídos em quatro turmas. Com isso, além de cobrir os três turnos de trabalho da fábrica, a equipe garante o funcionamento do laboratório 24 horas por dia.
Em 2018, o laboratório implementou um programa permanente de estágio, com uma ou duas vagas por ano. Os estagiários são, em sua maioria, jovens alunos da Escola Técnica Municipal de Sete Lagoas, que estão em busca do primeiro emprego. Eles são treinados dentro das atividades previstas na matriz de desenvolvimento do laboratório, o que lhes permite complementar os conhecimentos teóricos adquiridos no curso técnico com a vivência prática.
“Ao final do estágio, o profissional é avaliado e, nos casos positivos, ele se torna uma primeira opção de contratação quando uma vaga de laboratorista surge. Atualmente, sete dentre os nossos funcionários são talentos captados por meio deste programa”, diz Daniele.
Nos meses de janeiro a outubro de 2022, essa equipe realizou, em média, 19600 análises por mês, com pico de até 23500 análises, com uma média de 650 a 780 análises por dia nos períodos em que o laboratório é mais demandado. “Com esse volume tão alto de análises diárias, a confiabilidade nos métodos empregados trazida pelo bom desempenho no programa interlaboratorial do qual participa é fundamental para o andamento do trabalho”, conclui Daniele.
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