Grão consolida-se como carro-chefe da agricultura nacional, mas Brasil amplia horizontes para outras culturas

 

A agropecuária foi o único setor da economia brasileira que registrou crescimento durante a pandemia do coronavírus. Em 2021 o agronegócio cresceu 8,36% em relação a 2020, alcançando mais de um quarto (27,4%) do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Desta forma, a agropecuária foi responsável por praticamente metade (45,9%) do que o Brasil exportou em 2021. Os dados são ainda mais significativos se separarmos os dois setores, pois o PIB do agrícola avançou 15,88% de 2020 para 2021.

Hoje o Brasil é o segundo maior exportador do agronegócio global, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2020, as exportações somaram US$ 101 bilhões e, no ano seguinte, bateram o recorde histórico, com US$ 120,59 bilhões — crescimento de 19,7%. A locomotiva dessa produção é a soja, do qual o Brasil é o maior produtor mundial e o maior exportador. Expansão produtiva (de área e de produtividade), melhorias logísticas e desvalorização do Real são alguns dos fatores que ajudaram o País a se consolidar na liderança no pós-pandemia.

Mas, diferentemente de outros tempos, em que a monocultura dominava (visto os ciclos do açúcar e do café, por exemplo), hoje seria errado chamar o Brasil de “o país da soja”. Outras culturas vêm se impondo e ganhando terreno (literalmente) no rol de produção e exportação brasileiros. As mesmas razões apontadas acima, somadas a uma combinação entre clima ruim e problemas logísticos nos EUA, começam a ser aplicadas à cultura do milho, cereal do qual os EUA são, tradicionalmente, o maior exportador global. A expectativa é de que cada vez mais haja uma equalização entre as exportações de milho entre os dois países.

 

Os 10 mais

Mas a agricultura brasileira também é uma das maiores exportadoras do mundo em outras commodities, a exemplo de frutas e grãos, entre outros. Confira a seguir quais são os 10 principais produtos agrícolas do Brasil:

Soja – Como já foi dito, a cultura da soja vem ampliando a cada ano seu destaque na produção e exportação brasileiras. O País é o maior produtor mundial do grão desde 2020, quando superou os Estados Unidos.

Cana-de-açúcar – Foi um dos primeiros produtos agrícolas plantados em larga escala no Brasil, ainda no século 16. Esse legado se manteve, pois o País continua sendo o maior produtor mundial, adicionando ainda o etanol ao seu principal derivado, o açúcar para consumo humano.

Milho – O Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo (atrás, respectivamente, de EUA e China), sendo vital para suprir a demanda global de seu consumo humano e animal em todo o planeta.

Café – A despeito do crescimento de outros mercados, como Colômbia e Vietnã, o Brasil segue sendo o maior produtor e exportador mundial. O “cafezinho” faz parte da nossa história e é visto como uma “paixão nacional”.

Algodão – O Brasil planta cerca de 35 milhões de hectares de algodão, o que lhe coloca na quinta posição entre os maiores produtores mundiais dessa importante cultura.

Laranja – A laranja é responsável por mais de 30% de todos os frutos produzidos na agricultura mundial e o Brasil é o maior produtor do planeta — ou seja, não é pouca coisa.

Cacau – A cultura que serviu de pano de fundo para tantas produções literárias, notadamente de Jorge Amado, continua relevante na balança comercial brasileira. O Estado do Pará somou-se à Bahia como grande produtor mundial.

Tabaco – A exemplo da cana-de-açúcar, essa é mais uma herança dos colonizadores portugueses. Apesar das crescentes campanhas antitabagistas em todo o mundo, por questões de saúde, o tabaco segue tendo grande rentabilidade e o Brasil é o segundo maior produtor do mundo.

Mandioca – Cultivada em todo o território nacional, sob diferentes nomes (macaxeira e aipim são alguns deles), o País é o quarto maior produtor, atrás de Nigéria, Tailândia e Indonésia, manstendo-se como um dos principais exportadores e consumidores.

Commodities

As commodities são produtos comercializados internacionalmente em larga escala, sem diferenciação, nas bolsas de valores — na agricultura, é o caso da soja, milho e açúcar, por exemplo. O ano de 2022 foi um momento de valorização de preços e o cenário vislumbrado para 2023 é bastante promissor, sobretudo para o agronegócio brasileiro e, principalmente, para o Produto Interno Bruto (PIB).

 

Em 2021, as duas maiores economias globais, os Estados Unidos e a China, impulsionaram a demanda das commodities agrícolas. Isso, somado a alguns problemas no fornecimento de matérias-primas, levaram a um ciclo de alta dos preços que deve se manter. As previsões das agências apontavam, ainda, para o aumento das exportações em 2022, cujos dados ainda não foram compilados.

Enfim, o bom momento vivido nos campos tem provocado resultados expressivos na balança comercial brasileira (hoje o País exporta seis vezes mais do que importa no setor agrícola) e refletido também no saldo líquido de empregos formais gerados. De quebra, abre-se um novo leque de oportunidades de investimento em logística e infraestrutura.

 

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