A agricultura é um dos setores da sociedade que tem passado por profundas transformações nos últimos anos, onde vários de seus aspectos estão em constante modernização.
Nos aspectos econômicos, cultural, social, ambiental, mercadológico e principalmente tecnológico, já presenciamos mudanças que indicam como será o meio rural em um futuro próximo.
Neste sentido, podemos prever, sem medo de errar, que a agricultura do futuro se baseará no aumento do seu rendimento produtivo, visando a máxima lucratividade, mas sempre com a preocupação em se reduzir os efeitos adversos das atividades, como desmatamentos, poluição e uso desenfreado de defensivos químicos.
Como resultado desse avanço, a agricultura que está por vir se concentrará no maior monitoramento de culturas, uso da tecnologia como drones e sensores bem como na autonomia e eficiência por meio da agricultura de precisão e da agricultura 4.0, que explicaremos a seguir.
Portanto, esperamos do futuro uma agricultura muito mais moderna, conectada, digital, autônoma e principalmente produtiva, tanto para os pequenos, quanto para os médios e grandes produtores.
E o mais importante, esse futuro já começou no campo! Então conheça as principais novidades tecnológicas que já se fazem presentes na agricultura brasileira e prometem fazer compor o nosso dia a dia no futuro.
Agricultura 4.0: gerenciamento muito mais detalhado
A agricultura atual vem exigindo dos produtores rurais um alto grau de especialização e profissionalismo. Para isso, haverá alta necessidade por coletar cada vez mais dados e informações relativas às áreas produtivas.
Para conseguir isso, a tendência é que a 4ª geração da agricultura – que já começou – ganhe bastante espaço daqui para frente, contribuindo de forma significativa com todas as atividades rurais em um futuro próximo.
Essa moderna agricultura representa um conjunto de tecnologias que visam um gerenciamento mais detalhado dos sistemas de produção agrícola como um todo e não somente das aplicações de insumos ou monitoramento das culturas, mas de todo os processos envolvidos na produção.
Neste sentido, a agricultura de precisão (uma das vertentes da agricultura 4.0) será representada por sistemas de gerenciamento de informações. Estes vêm tendo um crescimento potencializado a partir de avanços da tecnologia de referenciamento e posicionamento (GPS) e de sensoriamento remoto (via drones e sensores).
Com o advento da agricultura 4.0 o produtor poderá conhecer cada talhão da sua lavoura, assim terá capacidade de aplicar a quantidade exata de insumos, fertilizantes e defensivos para cada área e no momento mais adequado.
Essa característica da agricultura 4.0 também irá gerar economia financeira, poupando o meio ambiente e aumentando consideravelmente a produtividade das áreas, sempre priorizando a segurança alimentar que estará em perfeita sintonia com a conservação ambiental.
Drones e sensores serão bastante comuns
Se fossemos citar as tecnologias mais representativas do futuro da agricultura, certamente a nossa escolha seriam os drones e os diversos tipos de sensores. Estes já se fazem presentes em diversos setores não ligados ao campo, mas prometem também contribuir de forma significativa com o produtor rural.
Também conhecidos como VANTs (veículos aéreos não tripulados), os drones representam uma ferramenta incrível trazida junto com o desenvolvimento da agricultura de precisão.
Eles são coordenados à distância de forma bastante fácil, tendo a capacidade de produzir imagens ao sobrevoar todas as áreas da propriedade.
Com isso, será possível analisar a plantação para, dentre outras ações, detectar pragas e falhas, demarcar áreas de plantio, acompanhar o desenvolvimento da safra, monitorar níveis de desmatamento e nascentes de água e achar focos de incêndio.
No futuro, haverá ainda a possibilidade de drones adotarem a capacidade de monitorar grandes propriedades para detectar deficiências nutritivas, doenças e pragas mais complexas, além de conseguir fazer todo o levantamento topográfico com extrema eficácia.
Modernos, os drones também poderão também aplicar defensivos em lavouras de forma automatizada sem que haja a necessidade de atividade humana.
Já os sensores estarão presentes no campo 24 horas/dia. Assim, quando ligados de forma remota a computadores com inteligência artificial, serão capazes de trabalhar praticamente sozinhos gerando informação para que pequenos, médios e grandes produtores tenham uma melhor tomada de decisão.
Os sensores já estão presentes na agricultura atual, permitindo que o produtor tenha informações de qualidade sobre o cultivo, clima e o solo.
Mas em um futuro próximo, os sensores poderão ainda ser utilizado em diversas aplicações, como avaliação do estado hídrico e nutricional de plantas; detecção de pragas; contagem e fluxo de grãos; dentre muitas outras possibilidades.
As máquinas serão mais modernas e autônomas
Aquele cenário futurístico onde são utilizados robôs para fazer grande parte do trabalho braçal já é comum no setor industrial e certamente chegará à produção agrícola. Tratores sem operador também serão comuns em um futuro próximo.
Prova disso é que protótipos de tratores, colheitadeiras e demais máquinas agrícolas que podem ser comandados à distância, já são realidade nos centros de desenvolvimento tecnológico das grandes fabricantes do setor.
Nessas máquinas e implementos, o operador será substituído por sistemas inteligentes de condução remota dotados de sensores, rádio, dados e GPS capazes de responder a comandos previamente configurados. A tecnologia está sendo considerada como uma evolução da agricultura de precisão.
Estas máquinas irão realizar operações ininterruptas (24 horas por dia, se necessário), contribuindo com o aumento da produtividade, aliada a precisão nas atividades.
Sem dúvidas, a agricultura do futuro terá a sua disposição máquinas agrícolas de todos os tamanhos, necessidades e preços, que serão importantes na produção agrícola de todo tipo de atividade, auxiliando desde o pequeno produtor até os grandes conglomerados produtivos.
Os robôs também terão presença garantida em pequenas, médias e grandes empresas agropecuárias, com um enorme potencial para transformar a indústria agrícola e de alimentos, pois serão utilizados para preparar, processar, selecionar e embalar alimentos com extrema eficiência e rapidez.
Existirão ainda, robôs menores com o propósito de monitorar a saúde, crescimento e desenvolvimento de todo tipo de plantações.
Big Data: o futuro se baseará em mais informações e dados
O conceito de armazenar grande quantidade de dados já faz parte do dia a dia de muitas propriedades agrícolas, principalmente aquelas mais tecnificadas.
Entretanto, apesar de ter melhorado, ainda é danoso coletar, armazenar e analisar uma infinidade de dados gerados diariamente. No futuro, as tecnologias ligadas à big data irão facilitar tudo isso.
O Big Data pode ser entendido como um sistema inteligente de coleta, armazenamento e análise de dados. O Big Data estará baseado em cinco princípios básicos:
- Velocidade de coleta e análise da informação;
- Volume de dados gerados;
- Veracidade dos dados;
- Variedade de informação gerada; e
- Valor
Quando associado à agricultura, essa tecnologia contribuirá de forma significativa, aumentando a geração de renda e da produtividade. Assim, no futuro, todas as tecnologias citadas anteriormente (máquinas autônomas, drones e sensores) farão uso de modernos algoritmos para gerar uma grande quantidade de informações concretas, coletadas em tempo real e que podem gerar conhecimento e expertise.
Aliado à agricultura de precisão, a big data proporcionará instruções mais completas para agricultores e máquinas, garantindo um uso otimizado de adubos, sementes e outros insumos.
Além disso, a extensa quantidade de dados gerados, quando analisados corretamente, poderão identificar antecipadamente possíveis ameaças e vulnerabilidades e, então, proporcionar ao produtor o planejamento de ações preventivas para que ele possa mitigar riscos e evitar prejuízos.
Biotecnologia e nanotecnologia mudarão a forma de produzir alimentos
Sem sombra de dúvidas, a evolução tecnológica de máquinas e equipamentos será bastante elevada no futuro, contribuindo com o aumento da produtividade e da lucratividade. Porém, uma grande preocupação do futuro será quanto a questão ambiental e a segurança alimentar.
Nesse contexto o debate sobre a biotecnologia, transgenia e nanotecnologia tendem a ganhar muita força no futuro, com avanços bastante expressivos.
A biotecnologia está intimamente ligada à transgenia, já que consiste no desenvolvimento de técnicas de melhoramento genético de animais e vegetais adaptando-os a um tipo de clima, solo e resistência a patógenos.
Hoje em dia, cientistas de todo o mundo trabalham no desenvolvimento de plantas com características complexas modificadas. Assim, no futuro, a expectativa é que estas plantas sejam ainda mais resistentes às intempéries, reduzindo assim prejuízos.
A ciência do futuro também desenvolverá vegetais transgênicos mais avançados. Estes irão conter propriedades nutricionais melhoradas ou ajudarão na produção de medicamentos, sempre com a máxima segurança alimentar e desenvolvimento sustentável.
A nanotecnologia também marcará presença no futuro da agricultura mundial. Essa inovação é representada por um conjunto de atividades ou mecanismos que ocorrem em uma escala extremamente pequena, mas que exerce implicações de grandes proporções.
Na agropecuária, a nanotecnologia irá melhorar a qualidade de monitoramento de lavouras e plantações, contribuindo com o aumento da produtividade e redução de danos ambientais.
Proporcionará também o desenvolvimento de biossensores e transdutores de alta sensitividade que irão permitir a identificação e quantificação de compostos químicos, orgânicos ou demais impurezas ou alterações de composição, sejam em plantas ou frutos, como também em solos.
Além disso, a nanotecnologia contribuirá de forma significativa na melhoria do desempenho, eficiência e economia de insumos (fertilizantes, pesticidas, etc.), imprescindíveis no futuro da agricultura sustentável.
Por fim, no futuro todas esses avanços serão desenvolvidos para seguir as principais tendências do agronegócio. Estas tendências já são imprescindíveis na atualidade e continuarão sendo no futuro.
Assim, todo o desenvolvimento da agricultura deverá estar baseado no avanço social, tecnológica, econômica e sustentável.
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