Saiba como garantir quantidades adequadas desse elemento na adubação do algodoeiro
O potássio (K) é um nutriente bastante requerido pelas plantas de maneira geral. Na cultura do algodão, especificamente, ele é o segundo mais exigido, atrás apenas do nitrogênio (N), sendo vital para que haja um crescimento saudável e produtivo do algodoeiro. Sem ele, as plantas de algodão podem sofrer redução da produtividade e da qualidade das fibras, além de ficarem mais suscetíveis a pragas e doenças.
Este elemento participa de diversas funções importantes para o bom desenvolvimento e maior produtividade das plantas, como a ativação enzimática, a síntese proteica, o transporte de foto-assimilados pelo floema, a regulação do potencial hídrico das células e a melhoria no pegamento floral e qualidade dos frutos. Também tem função importante para a amenização de estresses bióticos e abióticos.
Em ambientes onde há estresse hídrico, a presença de potássio suficiente auxilia o algodoeiro a reduzir a perda de água por transpiração, aumentando sua resiliência e otimizando o uso dos recursos hídricos. Isso é particularmente relevante em regiões semiáridas, onde o algodoeiro é muitas vezes cultivado.
Na cultura do algodão, a nutrição adequada em potássio ajuda a melhorar a deposição de celulose nas paredes internas das fibras. Isso faz aumentar o chamado Índice Micronaire (MIC), principal indicador usado para mensurar o tamanho, a resistência e a qualidade das fibras.
A qualidade da fibra de algodão é um dos fatores mais importantes para determinar seu valor comercial. O potássio desempenha um papel direto na formação das fibras, influenciando características como comprimento, resistência e uniformidade. Plantas de algodão que recebem potássio adequado produzem fibras mais longas e resistentes, o que é crucial para a indústria têxtil, que exige matéria-prima de alta qualidade. A deficiência de potássio pode levar a fibras curtas e fracas, além de aumentar a suscetibilidade da planta a pragas e doenças, afetando a viabilidade econômica da cultura.
Além disso, novos estudos apontam que o potássio influencia de maneira significativa na produtividade do algodão em caroço, assim como no diâmetro médio e no peso dos capulhos. Por isso é de vital importância que o cotonicultor priorize a adubação de potássio na sua lavoura.
Análise do solo
Para garantir que o algodoeiro receba a quantidade necessária de potássio, é fundamental realizar uma adubação equilibrada e adequada às necessidades da cultura. Análises de solo são uma ferramenta importante para determinar os níveis de potássio disponíveis e orientar a aplicação de fertilizantes. Ela é a ferramenta que permite planejar o manejo de forma assertiva, potencializando os benefícios da adubação potássica no algodão.
Estudos indicam que, para cada tonelada de algodão em caroço produzida, são extraídos 73kg de potássio do solo. Ter em mãos essa informação sobre o solo em que será feita a aplicação é fundamental para se determinar a dosagem.
A aplicação de potássio (K) na cultura do algodoeiro pode ser realizada de duas maneiras principais: via solo e via foliar, cada uma com suas especificidades e objetivos. O manejo adequado da fertilização potássica é crucial para garantir que a planta receba as quantidades necessárias desse nutriente ao longo de seu ciclo de desenvolvimento, influenciando positivamente a produtividade e a qualidade da fibra.
No solo e nas folhas
A aplicação de potássio via solo é a forma mais comum de fornecimento desse nutriente, em função da alta demanda. Existem várias formas de aplicação via solo, dependendo das condições da área e das necessidades da planta, como:
– Aplicação a lanço em pré plantio: adequado para grandes áreas e solos mais argilosos, permitindo que o potássio esteja disponível para a planta desde o início do ciclo
– Aplicação em linha ou em sulco: próximo às raízes da planta, para melhor absorção inicial do nutriente, especialmente em solos onde há risco de lixiviação, como solos arenosos. É importante, no entanto, que o potássio não entre em contato direto com as sementes.
A aplicação foliar de potássio no algodão é uma forma de suprir rapidamente a planta com esse nutriente em estágios críticos. Isso é especialmente útil quando há dificuldade de absorção de potássio pelo solo, devido a fatores como baixa umidade ou compactação. Além disso, o algodoeiro tem uma alta demanda de potássio, principalmente durante o enchimento das maçãs, e a aplicação foliar ajuda a complementar a nutrição fornecida pelo solo.
A aplicação foliar de potássio pode contribuir para o aumento do peso e número de maçãs, já que o potássio é essencial para a movimentação de carboidratos e outros compostos essenciais ao desenvolvimento dos frutos. Isso se traduz em uma maior produtividade por hectare, quando combinado com boas práticas de manejo do solo e da água.
O engenheiro agrônomo Udson Willian da Silva Hofstatter, consultor de Desenvolvimento de Mercado da Multitécnica, salienta que diversos produtos da empresa são indicados para o fornecimento de potássio ao algodão, nas folhas (linha MultiFol), de acordo com o objetivo do produtor.
Ele cita os exemplos do Sugar+ e do MultiNitro Potássio, ambos em aplicações de um quilo por hectare, a partir da primeira maçã, com intervalos de 20 dias. “Como o potássio passa por um processo de lixiviação via solo, e como o algodão demanda muito potássio em seu ciclo, é necessário fazermos esse complemento via foliar, para suprir a necessidade da cultura”, diz.
Segundo Udson, o Sugar+, produto da Linha Premium, que além do potássio traz junto em sua composição o magnésio, boro e enxofre. “Temos obtido excelentes resultados em pesquisas de campo com a aplicação do Sugar+ a partir da fase reprodutiva”, diz.