Já falamos por aqui que o agronegócio é um dos pilares da economia brasileira e já representa 27% do PIB do País — ou seja, mais de 1/4 de toda a riqueza produzida no Brasil. Não à toa, o setor apresenta oportunidades de crescimento profissional (e remuneração!) acima da média. É a “bola da vez” para quem sonha investir numa carreira moderna e com grandes chances de ser bem-sucedida.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), o agronegócio brasileiro emprega mais de 19 milhões de pessoas — um crescimento de 4,6% (ou 839 mil novos profissionais) em relação ao ano passado. Isso se deve, principalmente, à modernização tecnológica do setor, que tornou a agricultura (e também a pecuária) brasileira extremamente produtiva e competitiva no cenário internacional.
O uso de novas tecnologias no campo permitiu, por exemplo, dobrar a produtividade de uma área em quatro décadas. Isso significa que, enquanto nos anos 80 um hectare (10.000m2) rendia menos de duas toneladas de soja, hoje essa mesma área produz quatro toneladas. Essa mudança de mentalidade fez o País disputar a posição de maior produtor e exportador de praticamente todas as commodities agrícolas — casos do milho, algodão, soja, trigo, cana, café, etc.
Portanto, esqueça o estereótipo do “caipira” conservador, mal instruído e desconfiado: o produtor rural moderno é bastante receptivo às novidades e extremamente “antenado” com as novas tendências. Isso vale desde as modernas práticas de manejo até as melhorias genéticas em sementes — passando, é claro, pelo desenvolvimento dos fertilizantes, que possibilitam a expansão das fronteiras agrícolas ao transformar solos outrora inférteis em áreas extremamente rentáveis. Sem falar, ainda, dos softwares de previsão do tempo, gestão administrativa, ferramentas comerciais, etc, todos já devidamente incorporados ao dia-a-dia das fazendas de alta produtividade.
Estas, no entanto, são estimadas em apenas 30% do total de propriedades no País. Ainda há mais de 3 milhões de empreendimentos à espera do processo de transformação digital que as farão explorar todo seu potencial produtivo. Por isso, o agronegócio enfrenta o desafio de formar mão-de-obra qualificada para toda essa demanda. O setor de tecnologia da informação (TI) voltado ao agronegócio vive momento de ebulição: as chamadas AgTechs do agro já movimentam mais de R$ 72 bilhões e somam 1.574 empresas no País, número 40% maior do que o registrado em 2019. E a tendência é crescer muito mais.
Para Daniel Nunes, diretor comercial do Grupo Multitécnica, as áreas de treinamento EAD (educação à distância), fintechs (tecnologia financeira) e de aplicações para gestão de dados nas propriedades deverão ser as áreas que mais crescerão dentro do agronegócio nos próximos anos. Para que isso ocorra, porém, o setor precisa estar preparado. “Temos no Brasil várias e boas escolas técnicas, além de faculdades, gerando profissionais a cada ano. Porém, acredito que para suprir esta demanda, o EAD via plataformas digitais, com conteúdos técnicos e comportamentais, será indispensável na formação dos profissionais daqui em diante”, afirma.
Daniel Nunes acrescenta que as empresas privadas devem continuar a gerar pesquisa e a compartilhar conhecimento, se aproximando cada vez mais das instituições de ensino, de forma a que continuem a avançar na formação dos profissionais, gerando conhecimento e contribuindo com a evolução da agricultura. “Fica claro que as empresas vão ter de investir também na qualificação dos colaboradores. É evidente que o mercado se torna cada vez mais competitivo e esta preparação dará o diferencial necessário para que as empresas, e as pessoas, continuem a evoluir”.
Com o surgimento de cada vez mais softwares e soluções — e, consequentemente, startups — voltadas ao agronegócio, ele entende que as instituições de ensino poderão vir a desenvolver disciplinas com alguma conexão com o setor. “Mas acredito mais no caminho dos profissionais de engenharia agronômica adquirindo novos conhecimentos em outras áreas para suportar estas novas demandas”, afirma.
Expansão comercial
Como uma mostra do dinamismo que caracteriza o atual momento do agronegócio brasileiro, ele cita o fato do grupo Multitécnica ter elaborado um plano de expansão do seu time comercial, técnico e de desenvolvimento de mercado. “Acreditamos no protagonismo do Brasil frente às demandas mundiais. Este plano está alinhado à estratégia da Multitécnica, que hoje é líder na produção e comercialização de micronutrientes, para estar também entre as líderes em fertilizantes especiais. Para isso, estaremos com uma estrutura muito mais próxima do agricultor e dos nossos distribuidores”.
Daniel Nunes detalha que o grupo está montando uma estrutura de área comercial e de desenvolvimento de mercado (DM) para cada região específica, com ampliação no modelo de atendimento aos clientes. “Com essa nova estrutura, deveremos chegar em um time de cerca de 160 profissionais no campo”.
Com este investimento, a Multitécnica espera lançar novos produtos e tecnologias para ampliar a sua oferta de soluções aos agricultores. “Este avanço movimentará toda a empresa, em várias áreas. Buscaremos técnicos e engenheiros agrônomos para os times comerciais e de DM, sendo que para esta área vamos privilegiar profissionais com mestrado e doutorado. O mesmo ocorrerá com a área de pesquisa”. Outras áreas que devem ser impactadas com esse aumento de time são as de marketing e inteligência de mercado, que geram dados importantes para as tomadas de decisões e tratamento de dados.
Multitécnica | Comunicação e Marketing