Agronegócio responde por um quarto do PIB e metade das exportações do País

Com crescimento de 8,36% em relação a 2020, o agronegócio alcançou participação de 27,4% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021. É o maior percentual desde 2004 (quando foi de 27,5%). Com esses números, a agropecuária foi responsável por 45,9% do que o Brasil exportou em 2021, contra 48% do ano anterior. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). E a expectativa é de protagonismo ainda maior nos próximos 10 anos.

De acordo com os pesquisadores do Cepea, os segmentos primário e de insumos se destacaram em 2021, com aumentos de 17,52% e 52,63%, respectivamente. O PIB também cresceu para os outros dois ramos, o da agroindústria (1,63%) e o dos agrosserviços (2,56%).

Separando os setores, enquanto o PIB do agrícola avançou 15,88% de 2020 para 2021, o PIB da pecuária recuou 8,95%. No caso do primeiro, o crescimento foi devido ao avanço real dos preços e só não foi ainda maior por conta do também expressivo incremento dos custos de produção. O crescimento refletiu, em grande medida, a alta importante dos preços de fertilizantes e de máquinas agrícolas, mas o aumento da produção nacional de fertilizantes, defensivos e maquinário também impulsionou os resultados.

Já o fraco desempenho do ramo pecuário teve como principal fator de pressão o aumento expressivo dos custos com insumos, seja dentro da porteira, na agroindústria ou nos agrosserviços do setor.

 

Crescendo a cada ano

A agropecuária começou a evoluir significativamente no Brasil entre as décadas de 1960 e 1970, em sintonia com o processo de industrialização e urbanização do País. Naquele período, passou a ser vista como estratégica, atraindo investimentos em pesquisa. Para se ter uma ideia, a participação do agronegócio na soma dos bens e serviços do País em 1970 era de apenas 7,5%.

Com a modernização e profissionalização, o setor deu um salto de importância na economia nacional. Atualmente, a cada ano é responsável por cerca de um quarto do PIB (Produto Interno Bruto) e praticamente metade das exportações do País, como mostram os dados que abrem este artigo. Estes números fazem dos negócios no campo um dos pilares da atividade econômica do Brasil, posicionando o País como um dos principais players mundiais do agronegócio.

Hoje o Brasil é o segundo maior exportador do agronegócio global, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2020, as exportações somaram US$ 101 bilhões e, no ano passado, bateram o recorde histórico, com US$ 120,59 bilhões — crescimento de 19,7%.

O bom momento deve se manter, uma vez que já no primeiro mês de 2022 houve novo recorde para janeiro, alcançando US$ 8,82 bilhões — aumento de 57,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI). Ainda levando em consideração apenas o mês de janeiro, a participação do agronegócio nas exportações brasileiras subiu de 37,5% em 2021 para 44,9% em 2022.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), o Brasil exportou comida para mais de 180 países em 2020, números que se mantiveram no ano seguinte. Mais que isso, o País deve se tornar o maior exportador de grãos do planeta nos próximos cinco anos, segundo levantamento feito pela Embrapa. A produção de grãos deve saltar de 270 milhões de toneladas para mais de 318 milhões, alta de 27% até 2030, pelas projeções do Ministério da Agricultura.

De acordo com a Embrapa, entre 2010 e 2020 a participação do Brasil no mercado mundial de alimentos saltou de US$ 20,6 bilhões para US$ 100 bilhões, tendo como destaque carne, soja, milho, algodão e produtos florestais. “Olhando os dados de 2000 a 2020, a produção brasileira de grãos cresceu 210%, enquanto a mundial aumentou 60%”, afirma o pesquisador científico da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa, Elisio Contini.

 

Fertilizantes

Toda essa pujança do agronegócio, que tem atravessado sem sobressaltos a pandemia do coronavírus, não seria possível se não houvesse o desenvolvimento condizente da indústria de transformação mineral em fertilizantes. Atualmente, o Brasil é responsável por cerca de 8% do consumo global de fertilizantes, sendo o quarto país do mundo nesse consumo, atrás apenas de China, Índia e Estados Unidos.

No entanto, mais de 80% dos fertilizantes consumidos no Brasil são produzidos a partir de matéria-prima de origem estrangeira. Por isso, o setor aposta na regulamentação da exploração das grandes reservas de matérias-primas existentes em território nacional, necessárias à produção de fertilizantes, para equilibrar a relação entre demanda e oferta nacional, de maneira a, ao menos, amenizar a dependência internacional.

Na condição de maior fabricante de micronutrientes do Brasil, a Multitécnica orgulha-se de fazer parte do setor econômico mais importante do País, tão determinante para a segurança alimentar da população. E considera imprescindível o estabelecimento de uma estratégia de redução da dependência brasileira de importações.

 

Multitécnica | Marketing e Comunicação

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