Como a crise de saúde pública chinesa com o coronavírus afeta o agronegócio brasileiro e o mundo

O surto da doença na China preocupa todo o mundo. O coronavírus já fez mais de 2,1 mil vítimas fatais no país Asiático, e mais de 74,5 mil pessoas estão infectadas.

Pouco a pouco, casos da doença que atinge as vias respiratórias são relatados nos demais continentes.

Com isso, o problema afetou a cotação do dólar no Brasil e o preço de commodities em diversas partes do mundo está perdendo força, contrariando as previsões de alta.

Portanto o agronegócio mundial, de novo, voltou os olhos para a China.

O mercado avalia que o avanço do coronavírus pode reduzir o desempenho da economia chinesa e prejudicar o agronegócio brasileiro e do mundo.

Há temores de que a demanda por produtos agrícolas caia. Tanta preocupação está gerando consequências.

Emergência Internacional contra o coronavirus

No dia 30 de janeiro a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência de saúde pública de âmbito internacional por causa do surto do novo coronavírus na China.

No Brasil, o alerta para os produtores rurais partiu do MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Por isso, o órgão emitiu orientação técnica para vigilância e atenção à saúde no país.

O foco principal é a proteção do rebanho brasileiro. “De maneira geral, o coronavírus também pode causar infecções em animais, entretanto, as investigações ainda estão em andamento para identificar e estabelecer as espécies com potencial de ser um reservatório dessa doença”, diz a nota emitida pela entidade.

Segurança no agronegócio

O Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária esclarece que a recomendação geral é que animais doentes nunca devem ser abatidos para consumo.

Já animais mortos devem ser enterrados ou eliminados com segurança. O contato com carcaças e fluidos deve ser realizado apenas com uso adequado de roupas protetoras.

Por fim, o Ministério recomenda que qualquer suspeita de doença exótica ou emergente, bem como mudança no perfil epidemiológico de doenças animais, devem ser relatadas imediatamente ao serviço veterinário oficial nos estados, que são também responsáveis pela defesa sanitária animal.

Coronavirus na China e o acordo com os EUA

Nos últimos seis meses a China enfrentou uma epidemia de peste suína que dizimou a principal fonte de proteína animal do país.

Todavia no  início de fevereiro os chineses reportaram o surgimento de um novo surto de gripe aviária, resultando em 17 mil animais abatidos.

O caso aconteceu num distrito próximo ao epicentro do coronavírus.

Os interesses econômicos estão à flor da pele em meio a uma grande crise de saúde global.

Tudo isso ocorreu durante o final de uma disputa comercial entre as duas maiores potencias do globo, que resultou na primeira fase de um acordo bilateral entre os países.

Entretanto, a decisão de cessar a guerra comercial entre EUA e China, pode impactar o acesso ao comércio com demais competidores globais, justamente por que a epidemia de coronavírus pode afetar o crescimento e o comércio chineses.

No acordo que está sendo formalizado entre as potências econômicas, o mercado começa a temer que os chineses forcem suas empresas domésticas a comprar um gigantesco volume dos EUA, em detrimento de outros parceiros comerciais.

Enquanto o cenário de preocupação com o coronavírus avança, o mundo do agronegócio deve estar atento ao bem-estar do seu rebanho e aos nuances do mercado.

Saiba mais:

Como é definido um caso suspeito do novo Coronavírus em humanos?

Para ser considerado um caso suspeito do novo Coronavírus, o paciente precisa possuir o critério clínico, que é febre acompanhada de sintomas respiratórios, além de ter viajado nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas para área de transmissão local (cidade de Wuhan) ou ter tido contato próximo com um caso suspeito ou confirmado.

 

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